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Enviada em: 25/04/2018

A covardia em detrimento da dignidade humana     O tráfico de pessoas para fins exploratórios é um fator coexistente em toda a história da humanidade. Seja na Antiguidade - onde os Atenienses consideravam a escravidão como base de sua democracia -, seja na Idade média - com os prisioneiros de guerra vivendo como servos de Roma - ou até mesmo na Idade Moderna - tendo o seu apogeu durante o tráfico negreiro -. Por sua vez, observa-se que a partir da instituição de medidas proibitórias ocorreu uma diminuição significativa nestas práticas. Entretanto, tais medidas não foram efetivas para a extinção deste impasse, que perpetua até os dias atuais obtendo a cada dia novas formas de exploração com fins lucrativos, que corroboram para um verdadeiro retrocesso aos direitos humanos mais básicos.     As novas formas de obtenção de lucro através do tráfico de pessoas, contribuem para que esta atividade, seja a terceira mais lucrativa do comércio mundial. De acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 2 milhões de pessoas por ano são vitimas do tráfico em todo o mundo. Estes dados, comprovam que o número alarmante de indivíduos atingidos se dá por meio das diversas formas de exploração existentes. Seja através do trabalho análogo a  escravo, a exploração sexual, a remoção de órgãos e a adoção ilegal. Estes fatores, se não combatidos em conjunto com o tráfico, tornarão qualquer medida instituída ineficaz.     Os países de origem das vítimas de exploração são, em sua maioria, aqueles mais atingidos pelas vulnerabilidades sócio-econômicas. Segundo Rousseau: " A força fez os primeiros escravos, a covardia perpetuou-os". Levando em conta este pensamento, pode-se afirmar que na atualidade a covardia move o tráfico de pessoas, em virtude de que os criminosos apropriam-se das vulnerabilidades que atingem o indivíduo - pobreza, desemprego, má qualidade de vida -, para oferecer aos mesmos falsas oportunidades, que deveriam garantir-lhes a ascensão social, mas na verdade os tornam prisioneiros e propriedades de outros seres humanos.      Portanto, torna-se necessário a instituição de medidas não apenas nos países de origens das vítimas, mas principalmente, nos destinatários. Primeiramente, que os países de origem criem/ampliem programas de combate as vulnerabilidades sociais, a partir do auxilio das populações de baixa-renda, proporcionando que as mesmas tenham em suas mãos outras opções para ascender socialmente. Seguidamente, com o aumento da fiscalização nos países destinatários em empresas manufatureiras, industrias e casas de prostituição, garantindo as vítimas a denúncia da perca de seus direitos. Dessa forma, a covardia que origina a exploração moderna, se tornará apenas um capitulo da história humana.