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Enviada em: 27/04/2018

É possível afirmar que o combate ao tráfico de pessoas encontra desafios relacionados às questões socioeconômicas e educacionais das vítimas, mas também às fragilidades de segurança das nações as quais servem de rotas a esse crime organizado.       No que se refere às questões socioeconômicas e educacionais das vítimas, observa-se que, segundo dados anuais da Organização das Nações Unidas (ONU), grande parte dos indivíduos em condição de exploração, devido ao tráfico, são de regiões pobres da África do Sul, México, Cuba, Etiópia, Brasil, dentre outras, cujas situações de sobrevivência são precárias, sem oportunidades ou perspectivas de acesso a uma vida mais digna e segura. Todos esses fatores contribuem para que aliciadores se aproximem com falsas promessas de mudanças na realidade dessas pessoas oprimidas. Desta forma, principalmente, mulheres e crianças são levadas para localidades distantes onde são exploradas - através da prostituição, tráfico de órgãos, trabalho escravo - além de viverem sob constante ameaças, com poucas chances de socorro.     Somado a isso, podemos dizer que as fragilidades de segurança existentes em países tais quais o Brasil, cuja fiscalização reduzida nas fronteiras é percebida desde o período colonial com o tráfico negreiro até os dias atuais com o contrabando de armas e drogas, colaboram sobremaneira como rota de trânsito para o tráfico humano. Vale ressaltar também que, em geral, por serem pessoas de baixa renda com pouco à informação, muitas denúncias não chegam aos órgãos de segurança pública e, assim, não há busca in loco - via aeroportos, portos ou rodovias - nem acionamento de polícias internacionais.       Para que o combate ao tráfico de pessoas, portante, ocorra de forma efetiva, urge a necessidade na implementação de políticas públicas -construção de escolas/creches, de zonas de comércio locais - as quais propiciem a redução da pobreza e das desigualdades, além de maior apoio da sociedade, informando-a por meio da mídia e redes sociais.