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Enviada em: 26/04/2018

Na mitologia grega, Licáon era um rei que costumava fazer sacrifícios humanos para Zeus. Sua paixão religiosa o levava a cometer atrocidades como aliciar estrangeiros com promessas de hospedagem à sua casa e depois oferece-los como sacrifício. Zeus ao saber disso ficou enfurecido e o castigou condenando o rei a passar o resto de seus dias em forma de lobo. Ainda que esta seja somente uma história, se assemelha muito à situação que várias pessoas traficadas viveram, com promessas falsas que acabam colocando-as em situações de risco, o que não pode ocorrer.         Como citado anteriormente, a falta de informação é um problema social que impacta muito a vida das vítimas pois suas chances de serem salvas antes que o tráfico aconteça se tornam ínfimas graças a incapacidade que muitas pessoas têm de reconhecer alguém neste tipo de situação ou o criminoso que tem influência sobre ela, já que, muitas vezes o aliciador é alguém próximo da vitima e da família e só é reconhecido como um mandante do tráfico quando já é tarde. Além do fato de que quase sempre os familiares não sabem fazer as denúncias de modo que a polícia e as autoridades envolvidas no caso não conseguem trabalhar de maneira eficiente pois não têm informações suficientes, o que traz consequências como as dos dados da Associação Brasileira de Busca e Defesa das Crianças Desaparecidas (ABCD) que estima que 10% a 15% das vítimas nunca retornam aos seus lares.       Outrossim, pode-se citar como fator coibitivo para a resolução do tema, o fato de que o crime organizado é quase impossível de ser quebrado pois segundo dados da UNODC, o tráfico de pessoas é o terceiro maior mercado ilegal do mundo. Além do fato de que, segundo a ONU, existem cerca de 241 rotas de tráfico internacional conhecidas no Brasil e a investigação e reconhecimento dessas rotas é caro. Neste contexto, pode-se dizer que, uma vez que as vítimas são aliciadas é extremamente difícil recuperá-las, o que compromete a integridade física e mental dessas pessoas.        Ademais, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos "Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal". Neste contexto, para a resolução eficiente do tráfico humano, é necessário juntar áreas como o Ministério dos Direitos Humanos com órgãos como a ONU para que, por meio de parcerias público-privadas com grandes empresas de mídia como o Facebook, possam realizar campanhas de conscientização e guias de reconhecimento de vítimas e aliciadores postados na rede por meio de perfis oficiais das entidades. Além da organização de uma grande operação contra o tráfico pela Polícia Federal em parceria com a Interpol financiada pelos Governos internacionais com objetivo de impedir crime por meio da investigação de casos de aliciamento por meio da internet. Só assim poderemos preservar a integridade das vítimas dos "reis Licáon" disfarçados pelo mundo.