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Enviada em: 30/04/2018

Escravidão no Século XXI: a novela da vida real       Glória Perez, na novela "Salve Jorge", trouxe para o olhar do público uma realidade até então pouco conhecida, o tráfico de pessoas. Diante disso, nos anos de 2012 e 2013, muitas denúncias foram feitas relacionadas a essa transgressão. Todavia, infelizmente, o contrabando humano continua sendo um problema mundial. Nesse contexto, dois fatores não devem ser negligenciados, como a precariedade na educação e as leis e medidas a cerca da situação.        Primeiramente, cabe pontuar que a educação precária exerce influência direta na questão do tráfico humano. De acordo com o Ministério da Saúde, o maior percentual de vítimas encontra-se entre as faixas etárias de 10 a 19 anos e possuem baixa escolaridade. Desse modo, a carência de ensino e qualificação profissional é a razão de muitos cidadãos estarem sem oportunidades e desesperançosos. Por conseguinte, esses indivíduos ao se depararem com certas "ofertas milagrosas" acabam aceitando, e por muitas vezes caem em golpes. Sendo assim, a educação é explanada por Nelson Mandela como a única forma de mudar o mundo.        Em segunda análise, convém frisar que as leis no Brasil referentes ao contrabando de pessoas, são brandas, em comparação as consequências do crime. A execução do delito é uma forma explicita de escravidão no século XXI, as vítimas são submetidas a abusos e explorações físicas e mentais, além da limitação do seu direito fundamental a liberdade de ir e vir, conforme garante a Constituição de 1988. Enquanto isso, a lei 13.344/16, relacionada ao tráfico humano, impõe ao infrator uma pena de 4 a 8 anos. Aristóteles, no livro "Ética a Nicômaco", afirma que a política é responsável pelo bem estar da população, consequentemente cabe ao Poder Legislativo realizar mudanças nesse âmbito.        À vista disso, é necessário que se tomem medidas a fim de combater o tráfico de pessoas. É imprescindível que o Ministério da Educação, em parceria com as prefeituras, implementam cursos profissionalizantes gratuitos nas cidades, proporcionando ampla divulgação para a sociedade e abrindo espaço no mercado de trabalho. Dessa maneira, oportunidades profissionais impedirão que o delito se perpetue. Também é importante que o Poder Legislativo avalie mais criticamente as condições do crime de contrabando de indivíduos, tratando-o como uma infração hedionda, pois envolve tortura física e psicológica. Possuir penas e um tratamento mais rígido, pode servir de exemplo e implantar um maior receio nos praticantes do ato. Sendo assim, o Brasil superará o problema do tráfico de pessoas e poderá contar sobre essa situação apenas na ficção.