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Enviada em: 30/04/2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948 pelas Nações Unidas, estabeleceu a dignidade humana como um de seus preceitos fundamentais. Apesar disso, o tráfico de seres humanos ainda é um problema no globo, uma vez que, historicamente, é mantido o estabelecimento de relações de subjugação entre os indivíduos. Além disso, o conjunto de mazelas que assolam a população, sobretudo, a marginalizada, age como propulsor da persistência dessa atividade criminosa.              Sendo assim, é possível notar a existência dessa violação desde a Antiguidade, quando gregos costumavam capturar povos vencidos a fim de torna-los submissos e comercializáveis. Somado a isso, durante as Grandes Navegações, no século XVI, ameríndios e, principalmente, africanos também foram vítimas dessa mercantilização, sendo a abolição do tráfico negreiro somente no século XIX, em 1850. Desse modo, pode-se justificar a persistência do comércio ilegal de pessoas a partir da Teoria do Habitus, do sociólogo Bourdieu, a qual afirma que a sociedade incorpora um comportamento, o naturaliza e o reproduz de forma padronizada ao longo da História.         Além disso, com o advento da globalização, o avanço da tecnologia, o encurtamento das distâncias, os conflitos bélicos e os desastres naturais são provocados aumento nos índices de desemprego, fome e má qualidade de vida, além de outras ameaças à dignidade humana. Esse cenário de fragilidade propicia a ação de empresas ilegais, as quais visam apenas o lucro. De acordo com a ONU, 32 bilhões de dólares são movimentados por este setor anualmente, o que o faz a terceira atividade mais lucrativa do mundo.        Portanto, diante dos fatos mencionados e a fim de combater o tráfico de seres humanos, é necessário, de início, que a ONU invista em campanhas internacionais, como a Coração Azul, a fim de mobilizar pessoas em massa e conscientiza-las acerca do crime transnacional, tornando, sobretudo, a juventude atenta, uma vez que esta é a principal vítima. Ademais, é imperioso que haja uma integração da rede policial mundial, promovendo melhor articulação, visando cessar essa problemática. Além disso, no Brasil, é preciso que haja uma reformulação do código penal, uma vez que este apresenta penas brandas para aliciadores. Importante, também, que os governantes ofereçam melhor qualidade de vida para a população mais carente, a partir de investimentos nas estruturas básicas, como educação, saúde e segurança.