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Enviada em: 30/04/2018

No século XV, com a expansão das grandes navegações, o tráfico de escravos tornou-se umas das principais fontes de renda dos colonizadores. O processo gerou o deslocamento de inúmeros negros e, embora extinto no Brasil em 1888, a prática continuou seguindo até os dias atuais. Entretanto, o tráfico de pessoas, atualmente, abrange várias outras finalidades e é um problema recorrente em quase todas as nações do globo. Nesse contexto, cabe analisar a influência  que a desigualdade social traz em cada país, bem como o papel da internet na disseminação de ideias.       Em primeiro lugar, um dos fatores que contribuem para o contrabando de pessoas é o alto grau de pobreza e desigualdade social de alguns países. A comprovação disso está nas poucas ofertas de empregos disponibilizados para os cidadãos, a falta de perspectiva de futuro para os jovens e, principalmente, o acesso irregular à educação. Desse modo, os contrabandistas procuram exatamente esses lugares mais miseráveis em recursos pois sabem que a população acaba sendo mais vulnerável. Trazendo esse problema para o Brasil, um exemplo crucial é o estado do Nordeste. Segundo pesquisas, cerca de 46% da região está em nível de pobreza. Consequentemente, as propostas de empregos em outros países ou o convite às mulheres para serem modelos no exterior, são os grandes "mecanismos" utilizados pelos traficantes.       Além disso, a internet tem sido o principal meio utilizado para realizar tanto a atração quanto a negociação dessa prática. A evidência é que, devido ao aumento da exposição das pessoas nas redes sociais, ficou ainda mais fácil descobrir informações sobre a vida pessoal dos usuários desse meio. O Instagram e o Facebook são as plataformas mais usadas para a construção de novas amizades, e é justamente nesse momento que a atenção precisa ficar redobrada. Ademais, o assunto é muito pouco divulgado nas escolas fazendo com que muitas crianças desconheçam os riscos gerados por esse crime e venham a ser iludidas pelos criminosos. Dessa forma, ninguém está livre de sofrer com o tráfico e, infelizmente, o crime continua movimentando muito dinheiro.       Fica evidente, portanto, a necessidade de medidas para combater essa problemática. A primeira delas, é dever dos Governos propor a implementação de novas leis que regularizem uma maior equidade no acesso ao mercado de trabalho de jovens e adolescentes, a fim de diminuir a desigualdade social. Já a segunda, é papel da mídia fazer uma campanha contendo uma espécie de guia objetivando a orientação da população a respeito do assunto e divulgar nas escolas e nas redes sociais. Com tais medidas, o tráfico de pessoas passa a sofrer um déficit e a prática tão difundida nas grandes navegações não passe mais a violar os direitos humanos de cada cidadão.