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Enviada em: 30/04/2018

A exploração do ser tem acompanhado a história da humanidade desde os primórdios, admitindo como verdade testemunho de tal prática desde a Ilíada de Homero ao ''O horror, o horror'' de Joseph Conrad; a resignação do homem persiste a demasiado tempo, sendo absorvida pelo código genético, imaginário e moral, afirmando assim uma herança de costumes e práticas refletida na efetiva esfera social. Esse panorama auxilia na análise da questão do combate ao tráfico de pessoas na atualidade, visto que a ausência de um Estado ativo, a pobreza e as desigualdades sociais, são grandes entraves que impedem o país de evoluir e proporcionar a liberdade a todos, ferindo, portanto, os Direitos básicos adquiridos ao longo do tempo.  O tráfico humano é uma forma de neo-escravismo que viola a dignidade do cidadão, visando e fomentando o lucro utilizando-a como modalidade informal de ''comércio'', comercializando a liberdade e a vida, abusando visceralmente da soberania da pessoa afetada e demonstrando a coisificação do ser humano, especialmente de mulheres, crianças e adolescentes, que constituem o grupo mais vulnerável, contudo, são aliciadas por falsas promessas de emprego e melhores condições de vida, porém a verdade é que essas pessoas passam a ser exploradas de várias maneiras, como por exemplo, sexualmente, como mão-de-obra escrava, trabalho forçado, e seus órgãos extirpados de seus corpos e vendidos, cerceando assim a sua dignidade e poder sobre si.    Um dos maiores desafios do século XXI é a eliminação da dialética explorados/exploradores, essa dicotomia nunca esteve tão presente como nos dias de hoje; é perceptível que tal delito cresce cada vez mais, tornando-se a terceira maior fonte de lucro para o crime organizado mundial, ficando somente depois do tráfico de drogas e armas. É pelo devido fato de existirem apenas leis brandas ou de mal aplicabilidade, que as minorias sociais ficam a mercê da incerteza de uma plena liberdade, ademais a falta de informação ou de oportunidade influenciam diretamente na multiplicação dos casos no país    Infere-se, portanto, que é imprescindível a evolução e liberdade de todo indivíduo. Para que isso ocorra, cabe ao Estado, por intermédio do Ministério da Justiça e Cidadania, a criação e fiscalização de mais leis, que assegurem os direitos de todo ser humano contribuindo para diminuir os índices de tráfico de pessoas e melhorando as condições sócio econômicas dos grupos sociais mais vulneráveis. Ademais, cabe aos diferentes meios midiáticos, a disseminação de informações sobre esse assunto, para que possa aumentar o conhecimento de todos e assim mitigar essa problemática que ainda encontra-se vigente na sociedade brasileira.