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Enviada em: 29/04/2018

Com a expansão marítima e a descoberta do Novo Mundo, no século XV, o tráfico de pessoas se tornou um ato comum – devido a necessidade de mão de obra nas colônias – e perdurou por cerca de quatro séculos. Infelizmente, embora tenham ocorrido vários avanços ao longo dos anos, o tráfico humano ainda é uma realidade no mundo contemporâneo. Nesse contexto, deve-se analisar como a escola e o Estado causam tal problema e como combatê-lo.         A escola é a principal responsável pela manutenção do tráfico de pessoas no mundo. Isso porque, ao invés de os professores promoverem uma educação crítica, conforme defendeu o educador Paulo Freire em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, esses buscam apenas transmitir o conteúdo acadêmico para o aluno. Tal fato é perceptível pela falta de informação e ingenuidade da população sobre o assunto. Por conseguinte, parcela dos indivíduos que são abordados por aliciadores do tráfico, tendem a acreditar nas promessas milagrosas de emprego e melhoria de vida, tornando-se vítimas do contrabando humano.         Além disso, nota-se, ainda, que o Estado também contribui para manutenção do tráfico de pessoas. Haja vista que, embora tenha sido constituído para garantir a proteção dos cidadãos, consoante defendido pelo sociólogo Thomas Hobbes em sua obra “O Leviatã”, o governo encontra-se omisso em relação ao corpo social. Essa conjuntura é observável pela fiscalização insatisfatória em locais de chegada e saída de migrantes. Por consequência disso, mulheres são levadas para trabalhar, involuntariamente, como prostitutas e têm seus direitos violados. A telenovela brasileira “Salve Jorge”, por exemplo, mostra o sofrimento da jovem Morena, que, após aceitar um emprego de modelo no exterior, é enganada e obrigada a se prostituir.         Torna-se evidente, portanto, a eminência em cessar a problemática. Em razão disso, as escolas devem promover uma educação conscientizadora, por meio da reforma da grade curricular, com o fito de construir indivíduos críticos e diminuir o número de vítimas. Ademais, o poder público deve criar programas de prevenção e combate ao tráfico de pessoas, como a capacitação de funcionários públicos para identificarem vítimas e aliciadores em companhias aéreas, visando, assim, mitigar o problema e evitar que a história continue repetindo-se.