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Enviada em: 29/04/2018

Estabelecida por Newton, a lei da inércia prescreve que a tendência dos corpos, quando nenhuma força for exercida sobre eles, é permanecer em seu estado natural. Ao aplicar esse conceito físico no contexto do combate ao tráfico humano no Brasil, percebe-se que a inexistência de ações corrobora na persistência dessa problemática. Nesse sentido, vale ressaltar a negligência dos administradores responsáveis pelas redes sociais, bem como a insuficiência de verbas governamentais destinadas a essa causa.   Sob esse viés, sabe-se que a democratização da internet, o uso das redes sociais vêm se amplificando desenfreadamente, de modo que têm se perdido o controle de conteúdo que está em contínua circulação nesse meio. Processo que acaba por impossibilitar o discernimento de páginas mal intencionadas, no qual estão destinadas a fazer novas vítimas do tráfico humano. O diretor de Mídia e Comunicação da OIM (Organização Internacional para as Migrações), Leonard Doyle, alerta que muitas vítimas são abordadas em sites como o Facebook, e afirma que muitas pessoas acreditam no que leem na internet. Torna-se então, o Facebook, um órgão completamente responsável pelas ideias que transitam na rede e pela proteção de seus usuários.     Além do mais, sabe-se que após a aprovação da Declaração dos Direitos Humanos pela ONU, em 1948, muitos países aderiram tal como base para artigos constitucionais, sendo o Brasil um deles. Posto isso, é dever do Estado assegurar a segurança pública a sua população, porém não é isso o que se tem visto. O Ministério da Justiça aponta a falta de recursos para fazer ajustes no quadro funcional de enfrentamento ao tráfico de pessoas, assim como ONGs, que atuam no resgate de vítimas, declaram a omissão de apoio e verbas que possam contribuir para a sustentação e eficácia das mesmas, como a Projeto Resgate, que pelo enfraquecimento das campanhas em oposição ao crime, conseguiram resgatar apenas dez vítimas em 2016, contra dezesseis no ano anterior.    Nesse sentido, para que uma força seja exercida sobre esse corpo inerte e haja mudanças, se faz necessário que redes como o Facebook, ampliem seus sistemas de segurança, destinando uma parte de seu mecanismo à programações que tentem identificar páginas destinadas a essa criminalidade, bloqueá-las e denuncia-las para a Polícia Federal. Já as que forem suspeitas, possuírem algum sinal de alerta para que seus usuários possam identifica-las como ameaça. Torna-se também, essencial que o Governo Federal dê suporte financeiro ao Ministério da Justiça na contratação de novos funcionários que possam efetuar as políticas de enfrentamento a esse tráfico de forma eficaz, e que invista fortemente em ONGs desse meio, para que elas possam ampliar seus programas já existentes.