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Enviada em: 29/04/2018

São diretos inerentes, universais e indivisíveis a todos os seres humanos aqueles que visam à dignidade da pessoa humana por meio das mais diversas liberdades, estabelece a Declaração Universal dos Direitos Humanos ratificada pela ONU em 1948. No entanto, mesmo no século XXI, o tráfico de pessoas é uma prática crescente e corresponde ao terceiro maior tipo de tráfico no mundo por movimentar 32 bilhões de dólares anualmente. Dessa forma, convém analisar a problemática e as causas dessa como um todo.   Em primeiro plano, é válido ressaltar que o tráfico humano corresponde a uma forma de escravidão baseada na mercantilização da vida, com o exercício de poder de homens sobre homens, cenário semelhante ao retratado pelo contratualista Thomas Hobbes, autor da frase "O homem é o lobo do homem", ao fazer analogia à natureza ambiciosa do ser humano. Nesse contexto, a globalização da criminalidade favorece a articulação das máfias que buscam vítimas em estado de vulnerabilidade, geralmente, pessoas pobres e fragilizados que buscam melhores condições de vida ou que fogem de algum tipo de violência doméstica, sendo essas, majoritariamente, mulheres e crianças.   Outrossim, o tráfico de pessoas ocorre de diversas formas e se divide em diversos pilares, como o tráfico humano para exploração sexual, para a extração de órgãos, para o casamento servil, para a adoção ilegal de crianças e para o trabalho análogo à escravidão. Esse último se encaixa, por exemplo, nos casos de bolivianos que vêm ao Brasil a procura de uma vida melhor e que são escravizados no estado de São Paulo na fabricação de roupas, muitas vezes, vendidas por preços exorbitantes enquanto o trabalhador não recebe o mínimo para ter uma vida digna. Assim essa realidade se mostra cada vez mais evidente  no contexto não só brasileiro, mas também mundial.    É evidente, portanto, a necessidade de medidas que combatam o impasse. Cabe, no caso do Brasil, ao Governo Federal identificar os Estados e municípios em maior situação de vulnerabilidade e de maior atuação de aliciadores a fim de realizar operações de apreensão envolvendo todas as polícias, bem como enrijecer as penas para esse tipo de crime. Em esfera nacional, cabe aos governos de cada país em parceria com a ONU e com a INTERPOL, por sua vez, mapearem áreas com o objetivo de prender criminosos e resgatarem vítimas, por meio, da ampliação dos mecanismos de denúncia e da realização de campanhas publicitárias que reforcem a gravidade do problema na atual conjuntura mundial.