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Enviada em: 30/04/2018

Durante o Brasil Colonial e Império, a base da economia do país consistia no tráfico de pessoas, oriundas principalmente do continente africano, que seriam utilizadas como mão de obra. Contudo, após a abolição da escravidão em 1888, o tráfico de pessoas passou a ocorrer de forma clandestina dentro do país, o que o faz persistir até os dias de hoje. Infelizmente, essa não é uma realidade exclusiva do Brasil, mas sim um fenômeno global que assola e preocupa diversos países. Com isso, surge à necessidade de combater o tráfico de pessoas para evitar que estas continuem a serem usadas como objetos de obtenção de lucro.   Para o filósofo contratualista Thomas Hobbes, o Estado deveria ser criado para garantir a segurança de seus cidadãos e evitar que estes sejam explorados entre si, visto que para ele “o homem é o lobo do homem”. Diante dessa máxima, é possível analisar que dentro do contexto do tráfico de pessoas, os próprios seres humanos são os vilões de sua espécie, pois reduz o seu semelhante a uma “coisa” que pode ser vendida e utilizada na maioria das vezes como mão de obra escrava. As empresas chinesas, por exemplo, fomentam o tráfico de pessoas para obter trabalhadores a baixo custo e com isso vender seus produtos a um preço bem menor que de outros países, obtendo lucro com a exportação de suas mercadorias.    Entretanto, essa realidade se torna ainda mais degradante para as mulheres, pois de acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho, 44% das vítimas de tráfico de humano são alvos também de exploração sexual, em grande parte dos casos as mulheres são vendidas para prostíbulos, como mostrado no filme “Para Sempre Lilya”. O longa-metragem conta a história de Lilya, uma garota, que assim como tantas outras ao redor do mundo, fica vislumbrada ao receber uma proposta de emprego em outro país e se muda para o exterior, ao chegar no país é vendida para uma casa de prostituição, onde sofrerá maus tratos e abusos.   Infelizmente, a ficção vivida pela personagem Lylia é a realidade de muitas mulheres, por isso é necessário que a Organização das Nações Unidas realize acordos entre os países com mais casos de tráfico de pessoas, para que seja realizado uma ação mutua entre eles, como a fiscalização de fronteiras e o compartilhamento de informações sobre pessoas desaparecidas nos países membros do tratado. Além disso, em aspecto nacional, é necessário que o Ministério da Justiça faça campanhas midiáticas que incentivem a população a denunciar casos de tráfico de pessoas através do Disque 100. Por fim, é papel da Polícia Federal priorizar a investigações que envolvam trafico de pessoas, para que histórias como a de Lylia fique apenas nos filmes.