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Enviada em: 30/04/2018

Tratar seres humanos como objetos infelizmente não é algo atual, posto que o tráfico humano remete aos navios negreiros do século XVII. Bem como os africanos que eram transportados de forma desumana em embarcações, pessoas ainda são expostas a situações de maus-tratos e abusos. Assim, para que seja possível combater essa atrocidade, é necessário entender os fatores que a propulsionam.      O tráfico de pessoas pode ser definido como o deslocamento de indivíduos em condições análogas à escravidão, exploração sexual, remoção de órgãos e qualquer tipo de servidão. Majoritariamente, os indivíduos acometidos por esse ato desumano são aqueles em situação de vulnerabilidade – seja essa econômica, seja social -, os quais são abordados por pessoas próximas, essas, muitas vezes, com ofertas de emprego e promessas de uma vida melhor. Entretanto, ao chegarem ao destino, não é com isso que as vítimas deparam-se. Dessa forma, o tráfico humano constitui-se como o terceiro negócio ilícito mais rentável, em escala mundial, somente atrás do comércio ilegal de armas e drogas.     É pertinente relacionar a dificuldade de extinguir o tráfico humano com a escassez de informações e o quão recentes são as políticas visando o fim dessa atroz prática. Como exemplo, pode-se citar o fato de que o tráfico de pessoas foi considerado crime transnacional, pela ONU, somente em 2000; após esse tardio reconhecimento, foram criadas políticas para enfrentar esse imbróglio global. Em relação ao Brasil, o número de vítimas sofreu um aumento de 8% entre 2015 e 2016, indo de 740 pessoas para 797. Porém, mesmo com índices preocupantes, o país sofre com a falta de recursos, escassez de mão de obra e pouca divulgação da ocorrência desses crimes. Faz-se notável essa infeliz realidade quando percebe-se que só existem dezesseis Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no vasto país tupiniquim, número indubitavelmente insuficiente para derrotar essa problemática.     Portanto, diante da desumanidade presente no tráfico de pessoas, são necessárias medidas para minimizar a ocorrência desse crime. É importante que ocorra a exibição de campanhas televisivas, criadas pelo Ministério da Justiça e ONGs, as quais seriam transmitidas em horário nobre, visando conscientizar os indivíduos sobre a existência dessa realidade e como evitá-la. Ademais, faz-se essencial o aumento de verba, através da melhor administração de recursos, por parte do governo federal, a fim de que esses sejam direcionados para políticas de combate ao tráfico, bem como ao acolhimento de vítimas. Desse modo, é possível que sejam atenuados o índices relacionados ao tráfico humano, fazendo com que menos indivíduos sofram por meio desse penoso crime.