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Enviada em: 02/05/2018

De acordo com a socióloga brasileira Marilena Chauí, a democracia deve ser um sistema de direitos igualitários para todos, sem ações que prejudiquem um grupo em prol de outro. Entretanto, esse regime é dificilmente efetivo no setor da Segurança Pública, haja vista que esse campo apresenta impedimentos que impugnam o combate ao tráfico de seres humanos no Brasil. Taís déficits advém da  ausência de investimento na área de inteligência policial e de informação por parte das pessoas, sendo preciso analisar tal problemática.   Em primeiro plano, é necessário ressaltar que o atual programa de policiamento está entre as causas dessa temática. Pode-se pontuar, inicialmente, a concepção do filósofo grego Aristóteles, a qual evidencia que a política deve ser utilizada de modo que, por ação da justiça, a harmonia seja alcançada em comunidade. Seguindo essa ótica, esse equilíbrio não é estabelecido, uma vez que a manutenção do modelo de segurança vigente, no qual é priorizado a repressão ostensiva, em detrimento de um maior investimento no ramo de inteligência policial, o qual propicia elevado êxito na supressão de facções criminosas, se mostra de encontro ao combate do tráfico de pessoas, uma vez que a simples detenção de membros do baixo escalão desse grupos não proporciona em si o efetivo desmantelamento dessas quadrilhas, as quais, por seu turno, continuam praticando atos ilícitos no país.   Acresce-se a isso, a importância em retratar a falta de conhecimento como um dispositivo agravador dessa questão. Ademais, conforme a teoria do filólogo francês Michel Foucault, o poder é a base inevitável de todas as relações humanas. Seguindo essa vertente, a notícia se exprime como um mecanismo de poder, dado sua capacidade de incitar intervenções socioespaciais. Nesse sentido, a perpetuação da escassez de informação entre o povo, acerca dos perigos suscetíveis da migração irregular, como o ingresso compulsório no tráfico de órgãos, tenciona-se a originar a negligenciação desse crime, logo que as pessoas acabam nem mesmo sabendo da existência dessa atrocidade.   Consoante ao mencionado, fica evidente, portanto, que existem obstruções para que haja a extinção dessa problemática no Brasil, sendo preciso intervenção. Desse modo, o Ministério da Justiça, mediante seu ministro, deve reformular a atual estratégia de repressão policial em vigor, no intuito de primar, previamente, por um amplo planejamento das operações militares, visando, assim, acentuar a efetividade dessas missões no combate da ilegalidade. Além disso, esse Ministério também pode auxiliar, por meio da Secretaria de Informação, com a difusão de informações sobre essa categoria de tráfico nas mídias sociais, a fim de alertar os brasileiros dos riscos de se submeter a esse contrabando. Posto isso, esse tráfico irá se reduzir gradualmente no país.