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Enviada em: 07/02/2018

De acordo com a escritora Virgínia Woolf, "de tudo o que existe, nada é tão estranho que as relações humanas com sua extraordinária irracionalidade", porém, para uma evolução humana é necessário a substituição de ideários antigos pelo pensamento racional e humanitário proposto pelo movimento iluminista do século XVIII. O tráfico de pessoas, então, é um modelo de crime em que vários indivíduos são persuadidos com promessas de melhores condições de vida, mas serão usados para a exploração sexual. Logo, é indiscutível promover projetos que visem combater esse problema social.         A princípio, vale ressaltar que o Brasil vem lutando contra fragmentos de violência da Colonização, já que mulheres de cor negra eram tratadas como inferiores e que deveriam ser submetidas à diversos trabalhos escravos e, até mesmo, para relações sexuais com seus senhores. A partir disso, apesar da época Colonial ter ocorrido a longos tempos passados, a violência sexual se estendeu para além da cor, visto que, hoje, qualquer mulher e criança são sequestradas e feitas de reféns por traficantes em países em que há grande concentração de venda de pessoas para fins domésticos ou sexuais. Prova disso, o site da Justiça Federal relatou que a cada ano 300 indivíduos são enganados fantasiando uma vida com melhores condições de vida e que no fim são utilizados pelos sequestradores como matéria-prima para venda em comércios ilegais de pessoas colocando em xeque vidas humanas.          Segundo a sociologia baumaniana, o indivíduo vive, hoje, em um mundo volátil, o que caracterizou a obra "Modernidade Líquida". Essa nova modernidade tem como principal perfil o individualismo humano e, por conseguinte, a dificuldade em promover projetos com vista a encerrar o tráfico de mulheres e crianças, já que a ausência de uma fiscalização eficaz em locais de transportes de pessoas - aeroportos e portos de deslocamento marítimo - favorece para o aumento gradativo desse crime. Um exemplo disso, a novela Salve Jorge, em 2012, retratou as formas utilizadas pelos grupos de tráfico de pessoas com a personagem principal no intuito de mover um alerta de prevenção para o corpo social e demonstrar que o Brasil também é um país com intenso sequestro de cidadãos.             Fica evidente, portanto, que o comércio ilegal de pessoas é um problema em evidência e que é indiscutível a necessidade de projetos para finalizar esse problema epidêmico. Para tanto, a Organização Internacional para as Migrações em parceria com a mídia deve promover propagandas, aplicativos e sinais de alerta nas redes sociais no intuito de propiciar uma reflexão dos cidadãos das possíveis formas utilizadas pelos sequestradores. Ademais, a Polícia Federal deve aumentar as fiscalizações em locais de transferência de pessoas e estabelecer cursos para os seus funcionários para identificar casos de sequestro e de comércio de pessoas para que haja denúncias.