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Enviada em: 28/09/2018

O feminismo prega a igualdade entre homens e mulheres no que se refere a questões éticas, morais e sociais.  Entretanto, a hierarquia patriarcal enraizada e a dificuldade das instituições educacionais e da família em reverter essa concepção torna a igualdade um conceito utópico. Com isso, a sociedade assentua cada vez mais um caráter separatista.      Em primeira análise, o grupo social foi moldado por uma cultura patriarcal na qual a mulher, mesmo que detentora de suas próprias vontades, deve ser submissa ao homem. O poema de Sônia Queiroz intiulado como "Das irmãs" apresenta essa visão no trecho " ... os meus irmãos jogando-se na cama e eis me afiançada por dote e marido". Dessa forma, a desconstrução de tal pensamento avança lentamente, já que, até pouco tempo, na Arábia Saudita havia uma lei que exigia o consentimento de um homem para que mulheres pudessem abrir uma empresa.      Ademais, as escolas e o grupo familiar reforçam, ainda que involutariamente, comportamentos que fomentam a desigualdade. O uniforme escolar, por exemplo, ao atribuir que saias são para meninas e calças para meninos contribui para a padronização de gênero. No que tange a questão familiar, ao restringir tarefas domésticas como obrigações femininas estimula, já na infância, concepções machistas  que resultarão em entraves na sociedade posteriormente. Dentres os entraves encontra-se a disparidade salarial entre homens e mulheres, ainda que exerçam as mesmas funções, as mulheres possuem a remuneração inferior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres ganham 77,5% do salário dos homens.     Torna-se evidente, portanto, que a igualdade de gênero apresenta obstáculos que precisam ser revestidos. A família deve atuar para reverter tal estereótipo por meio da relação igualitária entre meninos e meninas, sem distinção de serviços, sem restrição de brinquedos, para que tal concepção seja modificada, a fim de que crianças cresçam sem diferenciação. Além disso, as instituições educacionais devem engajar os alunos em feiras de profissões com mulheres em profissões ditas como "masculinas" e vice-versa, para que haja a desmistificação de rótulos com o intuito de que a isonomia de gênero não se consolide como um conceito utópico.