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Enviada em: 01/11/2018

Desde a literatura barroca, século XXI, a figura feminina foi edificada como instrumento de sedução, na poesia "A mesma dona Angela", de Gregório de Matos, é possível perceber claramente tal visão objetificada da figura feminina. Hoje, infelizmente, pode-se ainda observar como esse esteriótipo ao redor da mulher é constante na sociedade brasileira. São fatores que contribuem para essa problemática a hegemonia histórica masculina, bem como a busca excessiva por padrões de beleza representados com tanta eloquência pelas mídias sociais.        Como primeira constatação, é necessário analisar as causas que geram tal problema em questão. Sabe-se que, desde antes de Cristo, a soberania masculina fomentou as diferenças de gênero existentes hoje, como as questões salariais, a cultura do estupro, entre outros. Durante a Roma Antiga e, inclusive, na contemporaneidade, como é o caso da Índia, os casamentos forçados são exemplo de tal hegemonia existente e a negação do direito de escolha da mulher; é possível perceber, também, que mesmo com diversos movimentos feministas durante a história, instauração do voto feminino em 1953, mulheres trabalhando durante a Segunda Guerra Mundial, entre diversas outras conquistas, há muito ainda o que ser feito para mudar esta situação. Afinal, como a escritora francesa Simone de Beauvoir afirmou: "O homem é definido como ser humano e a mulher, como fêmea", mostrando exatamente esta discrepância, até nos mínimos aspectos sociais.       Ademais, outro ponto que merece atenção, é a questão do papel das mídias telesivas e sociais na formulação de padrões estéticos femininos que auxiliam na objetificação da mulher. Nos próprios desenhos em quadrinhos e filmes, é possível perceber tal afirmação, como no caso da Arlequina e do Coringa, onde há uma intensa romantização da agressão e a sensualização da mulher na história. Outro exemplo relevante é o do livro "Lolita", de Vladimir Nobokov, onde o personagem de meia-idade Humbert, mantém um relacionamento sexual com uma garota de 12 anos, romantizando o abuso e induzindo a provocação por parte da vítima.       Logo, o combate à desigualdade de gênero e à objetificação da mulher na sociedade deve tornar-se efetivo, uma vez que isso tem causado diversos problemas sociais e o desrespeito constante à mulher brasileira. Assim, é papel do Governo Federal, aliado ao poder legislativo, trabalhar na criação de leis mais rígidas contra qualquer crime que esteja relacionado às tais diferenças de gênero, diminuindo assim tais infrações e delitos. É papel, também, da mídia diminuir a objetificação da mulher nos programas, séries e filmes, além de criar anúncios e campanhas que possam inteirar a população sobre esta problemática e, dessa forma, aumentar o combate ao mesmo.