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Enviada em: 10/05/2019

“Não podemos todos ser bem-sucedidos quando metade de nós está restringida” disse Malala Yousafzai, ganhadora do prêmio Nobel por defender o direito à educação das mulheres. Diante disso, pode-se observar a luta constante das mulheres para que haja igualdade de gênero no século XXI. Posto isso, é incontrovertível que o estigma do sexo feminino, como incapaz e inferior ao sexo masculino, é uma consequência de origem histórica do patriarcalismo cultural.        Mormente, é importante analisar como historicamente a sociedade patriarcal contribuiu para o estereótipo feminino. Desde os primórdios do surgimento da humanidade a mulher foi subordinada ao homem, assim, no período Neolítico a figura feminina era associada a maternidade e trabalhos domésticos; na Grécia, foi tratada de forma semelhante aos escravos; na Idade Média, o discurso criminológico de caça as bruxas acentuou a inferioridade feminina. Dessa forma, observa-se o esforço feito para a construção da dicotomia entre os sexos, além da atribuição de papéis sociais muito bem delimitados, que aprofundaram as desigualdades de gênero ao longo do tempo.       Como consequência, sob a perspectiva da filósofa feminista contemporânea Simone Beauvoir, os padrões de gênero não são biológicos, mas sociais, logo “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Destarte, como divulgado na pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2017 as mulheres ganharam cerca de 77,5% dos rendimentos pagos ao homem, independentemente do cargo. Essa desvantagem salarial corrobora com a visão de Beauvoir, uma vez que o salário baixo está vinculado a noção social de mulher. Assim, é inegável que no Brasil o artigo 5º da constituição cidadã não é cumprido, uma vez que nem todos são iguais perante a lei.       Portanto, na visão da filósofa supracitada, se os padrões de gênero são sociais, logo, podem ser redefinidos. Cabe ao Ministério da Educação combater o sexismo por meio de disciplinas, como filosofia e sociologia, e palestras que instiguem o questionamento acerca do papel da mulher na sociedade, a fim de estimular o respeito mútuo entre os sexos desde a infância. Ademais, cabe ao Estado, por meio da lei, fazer valer o artigo 5º da constituição, multando empresas que tem distinção salarial entre homens e mulheres para acabar com a desigualdade salarial.