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Enviada em: 01/06/2017

No período brasileiro conhecido como: “Parnasianismo”, a escrita era culta e formal, rígida e perfeita. Essas características eram atribuídas apenas a pessoas do gênero masculino. Desta forma, escritoras como Francisca Julia, tinham que negar a autoria de seus poemas para poder publica-los. Concomitantemente, no Brasil hodierno, a figura feminina é desvalorizada e seus trabalhos – mesmo que melhores - são menos visados em relação às atividades desenvolvidas por homens. Dessarte, é válido ponderar as causas que levam ao pensamento de exclusão social da mulher, assim como a origem da desvalorização da figura feminina.        Conforme o grande filósofo Platão: “O importante não é viver, mas viver bem”. Em sua utopia, ele afirmava que todos deveriam trabalhar no que se desenvolviam melhor, não havendo disparidade de raça, gênero ou etnia. Inobstante à teoria, no Brasil contemporâneo, a figura da mulher é ensinada desde cedo pelos próprios pais que devem ser “donas de casa” e as obrigam a desenvolver atividades domésticas. Dentro desta perspectiva, o pensamento limitador é passado de uma geração para outra, desenvolvendo um grande ciclo vicioso.        Em um outro plano, segundo filósofo e matemático René Descartes: “Nada é mais justamente distribuído que o senso comum: ninguém pensa que precisa mais do que realmente já tem”. Em sua citação, ele afirma que um passo para o pensamento coletivo é um mergulho em um abismo de ignorância sem fim. Logo, no Brasil moderno, a objetificação da mulher exercida pela mídia é um vultoso fator que ajuda a irradiar a conjectura do senso comum de que a mulher é inferior. Grande exemplo disso são as propagandas de cerveja que desvalorizam a figura feminina e as padronizam insanamente como objetos sexuais.        Destarte, é indubitável que a temática da desvalorização feminina corrobora em um grande problema nacional. Para combatê-lo, o governo deve, junto ao ministério da justiça, impedir que a mídia deixe circular propagandas objetificando a mulher, a partir da criação de multas rígidas para as redes de TV que exibam essa programação. Por conseguinte, cabe à família conscientizar seus filhos sobre a desigualdade de gênero e os mostrar que homens e mulheres podem desenvolver trabalhos ótimos, por meio da conversa ainda na infância, a fim de garantir um pensamento crítico ainda insipiente. Apenas assim, grandes expoentes femininos - como Francisca Julia - poderão revelar seus nomes e mostrar que a desigualdade de gênero é criada pela sociedade e não um conceito biológico.