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Enviada em: 23/06/2017

O conceito de gênero é delimitado pelos moldes milenares de culturas patriarcais em todo o mundo. Cada país manifesta a segregação de gêneros de forma mais ou menos intensa. Relacionando a um viés histórico, o cantor e compositor Chico Buarque, destacou majestosamente na canção “Mulheres de Tróia”, os valores incumbidos a estas, à época, que se tornaram modelos de como uma mulher deveria agir - exclusivamente voltadas ao lar, cuidadoras dos seus filhos e prontas para receber seus maridos quando retornassem das guerras-, para serem consideradas virtuosas. Dessa forma, a máxima de que as mulheres nasceram para servir, quando crianças à figura do pai e quando adultas aos seus maridos, sendo esposas submissas foi passado por gerações resultando em um comportamento patriarcal e, sobretudo, machista.           No Brasil, do mesmo modo, a mulher sempre foi anulada como agente social. Ressalta-se que no país, apenas a partir de 1932 as mulheres conseguiram lograr o direito ao voto nas eleições. Ao contrário do que o preconceito perpetua, gênero não define capacidade intelectual. As mulheres lutam para provar que podem exercer com esmero as mesmas atividades, esportes e profissões que a sociedade julgou como tipicamente masculinas.          Contudo, apesar de diversas conquistas, existe um problema enraizado no âmbito social que ainda não foi vencido: a discrepância salarial entre homens e mulheres que exercem as mesmas atividades. Em 2017, destaca-se o caso da atriz israelense Gal Gadot, que protagoniza o filme “Mulher Maravilha”. A atriz revelou que foi remunerada para participar do filme com cerca de 2% do valor que outros atores receberam para fazer filmes do mesmo contexto, como Super Man e Homem de Ferro. Tal fato transparece o preconceito camuflado até mesmo na indústria do cinema internacional.        Ante o exposto, é mister que providências sejam tomadas para solucionar esse problema. A questão do gênero perpassa as fronteiras da participação ativa na sociedade abrange o aumento progressivo dos casos de feminicídio (assassinatos de mulheres por razões de gênero) e violência doméstica. As autoridades competentes devem aperfeiçoar as leis existentes, visando que as punições sejam severas, a fim de inibir a ação dos criminosos, bem como, criar novas leis legitimando o quesito igualdade nas relações de emprego. Ressalta-se que, cabe à família conscientizar seus filhos desde a infância sobre o respeito que deve ser direcionado a homens e mulheres, independente de sexo, cor ou etnia, valorizando as qualidades particulares de cada um.