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Enviada em: 24/08/2017

É de conhecimento geral que a desigualdade entre os gêneros no século XXI existe. De fato, diferenças salariais e de oportunidades no mercado de trabalho são alguns dos fatores que apontam a inferiorização da mulher em relação ao homem na sociedade atual. Assim como, a não-garantia de direitos, a violência e o preconceito, que persistem contra integrantes do grupo LGBT. Nesse contexto, a problemática é apontada para o pensamento determinista herdado do século 19 que, além de distorcer o conceito de gênero, relacionando-o diretamente ao sexo, e pré-definir papéis distintos para homens e mulheres, também afeta a comunidade LGBT por causa de seus estereótipos impostos.   Em primeiro plano, é valido considerar que o gênero, independente do sexo, está relacionado ao papel que o indivíduo quer ter na sociedade, como ele se reconhece e se auto-determina. Todavia, essa definição não procede no meio social brasileiro. De fato, o pensamento de que a mulher deve exercer exclusivamente o papel da maternidade persiste, e este, é um dos principais empecilhos que as mulheres enfrentam ao tentar se auto-designar a uma função. A verdade é que a identidade de um indivíduo e seus papeis atribuídos são fenômenos auto-determinantes, e não algo biológico e pré-definido. Basta observar a afirmação de Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher”, que contesta o pensamento determinista do século 19 que menospreza o sexo feminino.   Além da identidade de gênero, o sexo não determina por si só, a orientação sexual de uma pessoa, assim como, também não deve caber a este a determinação de direitos e principalmente de respeito aos indivíduos. Todavia, o pensamento determinante relacionado ao sexo e seus padrões impostos prejudicam o grupo LGBT, que luta pela equidade de gêneros. Basta observar a recente divulgação da Defensoria Pública de São Paulo, que afirma receber várias denúncias de discriminações em escolas, sendo as principais: a recusa de utilização do nome social, o desrespeito à identidade de gênero, agressões físicas e a prática de insultos contra indivíduos transgêneros, homossexuais e bissexuais.   É incontestável, portanto, que a igualdade entre os gêneros no século XXI está longe daquilo que é ideal e, muitas vezes, a desigualdade leva ao desrespeito, infringindo os direitos humanos. Desse modo, mudanças fazem-se urgentes. Sendo assim, é necessário uma alteração cultural na sociedade, por meio da educação, de modo que as escolas e as universidades atuem por meio de palestras, aulas e projetos que conscientizem os cidadãos a promover a igualdade, respeito e oferta de oportunidades à diversidade. Também cabe a família uma mudança em relação aos paradigmas voltados à mulher, faz-se necessário uma abertura para o protagonismo do homem, de modo que ambos possam trabalhar e se dedicar aos filhos e a casa e, por conseguinte, manter o equilíbrio das funções para ambos os sexos.