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Enviada em: 22/10/2017

Segundo Karl Marx, importante sociólogo, “a história da humanidade é a história da luta de classes”. Relacionando a famosa frase à sociedade hodierna, vê-se que a desigualdade entre homens e mulheres forma uma luta, ou seja, a luta entre os gêneros. Importantes passos foram dados para que as mulheres conquistassem seus direitos, entretanto, em pleno século XXI, as raízes de cunho histórico-cultural e a lentidão constitucional corroboram para a manutenção do problema e, dessa forma, hão de ser analisadas as verdadeiras causas desse mal.       Em uma primeira abordagem, é válido sinalizar que mesmo em face à revolução tecnológica, o patriarcalismo ainda se faz presente. Na sociedade colonial era comum uma mulher subordinada ao pai ou ao marido, pois, segundo a visão da época, a mulher era o “sexo frágil” e, assim, ficaria restrita ao zelo a casa e aos filhos. Tempos depois, isso, infelizmente, não foi superado e, ainda no século XX, a mulher foi objetificada pelo projeto estadunidense “American way of life”, que vendia a imagem da mulher baseada, também, aos cuidados domésticos. Assim, é veemente a inferioridade das mulheres em relação aos homens e, para Simone Beauvoir, importante líder de movimentos feministas no mundo, a mulher é como um macho castrado ou impotente em uma sociedade machista.       Aprofundando a análise, devem ser considerados os preceitos constitucionais, que, embora existam, são ineficientes. De acordo com o artigo 5º da constituição, homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, contudo, isso não é observado desejavelmente na prática, pois, em 2014, segundo o IBGE, a diferença salarial entre as classes chegou a 30%. Com isso, ao retomar o pensamento de Marx, citado anteriormente, nota-se a grande disparidade e, além do mais, é enorme o constrangimento das mulheres, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem recorrer.       Em suma, diante dos argumentos supracitados, é preciso mais que um belo discurso para erradicar a desigualdade de gênero no século XXI. Para isso, seria conveniente que a mídia, importante formadora de opiniões, dissemine campanhas engajadas no combate à desigualdade para desconstruir a imagem frágil e patriarcal da mulher, ainda, é importante que o Ministério Público e a iniciativa privada promovam debates nas escolas para acabar com o sexismo. Ademais, é dever da justiça o cumprimento das leis, possibilitando a igualdade salarial, bem como, garantir sua participação no âmbito social. Com essas ações, a luta entre gêneros se fará presente apenas nos futuros livros de História e o Brasil será um país socialmente melhor.