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Enviada em: 02/11/2017

Em 2017, foi lançado pela produtora Netflix um documentário polêmico chamado "Laerte-se". Esse retrata a trajetória da cartunista e chargista brasileira Laerte. Pelo ponto de vista de uma protagonista transsexual, o longa evidencia que as minorias, atualmente, precisam lutar para receber um tratamento igualitário e garantir os seus direitos. Apesar dos avanços no tratamento social e legal das diferentes expressões de gênero, há, ainda, certo sentimento intolerante em muitas atitudes no coletivo, principalmente diante de novas definições.    Primeiramente, vale ressaltar que a Constituição Federal de 1988 consagrou o princípio constitucional da igualdade, afirmando no artigo 5º - baseado no princípio de isonomia - que “todos são iguais perante a lei”, e reafirmando no inciso primeiro do referido artigo que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”. A Constituição Cidadã é, sem dúvidas, um marco na luta por igualdade de gênero e contra a discriminação, em um contexto histórico em que a mulher sempre foi tratada de forma preconceituosa e discriminatória. Prova desses avanços é que em 2010, foi eleita a primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rouseff.    Outrossim, no século XX, ainda que Alan Turing - grande matemático e cientista da computação inglês - tenha ajudado intensamente a salvar a Inglaterra e o mundo da Segunda Guerra Mundial, foi quimicamente castrado, condenado e severamente punido por sua orientação sexual, que posteriormente suicidou-se. É possível enxergar que tal situação, atualmente, têm se tornado cada vez mais comum, haja vista que diversos autocídios ainda ocorrem devido à LGBTfobia. Segundo William Hazlitt, escritor inglês, o ódio nasce da falta de conhecimento. Pode-se associar isso à intolerância, tendo em vista que a sociedade ainda não compreende as diferenças entre identidade de gênero, orientação sexual e sexo biológico.     Torna-se necessário, portanto, que a fim de criar um ambiente de igualdade e respeito, medidas sejam tomadas. O governo em parceria com instituições educacionais e ONGs deve promover debates e aulas expositivas sobre respeito e constituição, enaltecendo a importância do artigo 5º. Além disso, palestras de líderes de movimentos ativistas - relacionados à igualdade de gênero - devem ser feitas para propagar o respeito ao próximo sem distinção alguma. Assim alcançaremos uma sociedade que entenda, conheça e respeite os direitos das diferentes definições de gênero, e consequentemente passe a aceitá-los em seu ambiente de convívio.