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Enviada em: 29/07/2018

Como combater a cultura do estupro?    Em um episódio recente, a Copa do Mundo de 2018, diversos vídeos difundiram negativamente na internet, entre um deles: um grupo de homens brasileiros ao redor de uma moça estrangeira, que claramente não sabia a língua portuguesa, cantando, eles zombavam sobre seu órgão sexual feminino, ela, como acreditou ser uma brincadeira inocente, os acompanhava. Podemos ver nesse acontecimento o retrato do que é a cultura do estupro, muitas vezes ela pode não retratar o ato em si, porém esta relacionada à forma como as mulheres são tratadas diante da sociedade. Esse pensamento ainda está muito enraizado na em nossa cultura, e é necessário realizar esforços para que essa mentalidade se modifique.     Assim como quando muitos desses jovens que foram posteriormente questionados por jornalistas sobre suas atitudes perante a moça, relataram que aquilo era apenas uma brincadeira e que não haviam tido a intenção de prejudicá-la ou humilhá-la. Isso acontece nos outros casos também, apesar de o machismo e a violência estarem nítidos. Por isso, ele permeia a cultura do estupro, pois com uma visão ainda arcaica de que a mulher é inferior ao homem e que deve satisfazer suas vontades, atitudes desse tipo ainda são pautadas nesse tipo de pensamento e são consideradas como normais.     Em se tratando de casos de estupro, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, apenas 10% dos casos são notificados, ou seja, o silêncio nesse tipo de crime é um grande vilão. Do mesmo modo como ocorre em outras situações, o estupro, muitas vezes é questionado ante parentes, polícia, delegado, enfim, por todos. Isso ocorre porque como o machismo ainda é inerente à sociedade, surgem dúvidas de que as vítimas provocaram tal ato de alguma forma, o que compactua com a mentalidade da cultura do estupro.      Assim, independente do lugar ou da forma em que ocorre, é necessária a extinção da cultura do estupro. Para isso é necessária à educação da sociedade, pois através dela, haverá um entendimento da igualdade de gêneros e a diminuição do machismo arraigado nela. Desse modo, com a mudança de mentalidade e da normatização de que as vítimas são as próprias culpadas pelos crimes e assédios que ocorrem com elas, é possível haver diminuição de casos de assédio e estupro.