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Enviada em: 29/07/2018

Segundo dados divulgados, em 2018, pelo Atlas da Violência, cerca de 50 mil casos de estupro são registrados anualmente no Brasil. Este número pode ser até dez vezes maior, visto que é o crime com maior taxa de subnotificação do país. O medo e a insegurança são alguns dos fatores agravantes, o que impede que mais casos sejam denunciados. Esse quadro evidencia a necessidade de medidas energéticas com relação ao assunto.                              As dificuldades aparecem logo no início da denúncia. No caso de estupro, a vítima deve provar que sofreu o abuso e corriqueiramente é indagada sobre o tipo de roupa que vestia ou se estava no momento do crime, como se algum desses fatores imputassem culpa sobre a mesma. Esse pensamento demonstra o tabu acerca do assunto, o que culmina, na maioria das vezes, no silêncio da abusada.                               Atrelado a este pensamento está a cultura depravada de objetificação e banalização da mulher. A cultura sexista que envolve a figura feminina é transmitida, em inúmeros casos, de geração em geração. Isso se dá por meio de músicas e atitudes que as denigrem, construindo uma imagem de satisfação sexual e desejo sobre elas.                           É notório, portanto, a necessidade da desconstrução da cultura do estupro. Isso é possível por meio de campanhas e debates, mediados pelo MEC (Ministério da Educação), que visem divulgar e expor dados acerca do assunto. Essas atividades são de grande valia, principalmente em escolas, visto que é nesse período que o caráter da pessoa - no caso, do jovem - está sendo formado. Além disso, a ampliação de delegacias responsáveis por crimes desse nível se faz necessária, buscando agilizar e expandir o atendimento das vítimas.