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Enviada em: 26/07/2018

A banalização social do estupro        A cultura do estupro abrange atitudes cotidianas que são tratadas de modo corriqueiro no Brasil, penalidades voltadas à vítima pela roupa e a recusa de falas de caráter abusivo (ocorrentes principalmente em mulheres) se enquadram em exemplos de banalização das agressões. Decorrente o eufemismo gerado no estupro, gradativamente o percentual de vítimas aumenta em proporção as impunidades dos agressores, tornando assim, o crime de abuso sexual, físico e psicológico familiarizado e absorvido na sociedade brasileira.        O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada estima que, pelo menos, 500 mil casos de estupro são ocorrentes no Brasil. O dado retirado da pesquisa revela o grau de dificuldade que existe na sociedade de compreender o estupro e como se deve agir, sendo as agressões frequentemente banalizadas. Casos delatados de constrangimento, ameaças e violências, sob o que rege a lei, são considerados como estupro, porém, socialmente têm o cultivo de atitudes que semeiam cada vez mais a cultura de agressões abusivas.        Em correlação ao eufemismo do estupro, têm-se consequentemente a impunidade aos agressores. No Brasil, fato que com frequência acomete as mulheres, ocorre a promoção de "justificativas" do porquê o meliante estuprou. Comentários sobre a roupa, o lugar, ou mesmo a reação da vítima são exemplos de como a culpa desloca-se do agressor para o agredido. Como exemplo, o vídeo de brasileiros durante a Copa de 2018 em que são ditas frases de viés abusivo e de constrangimento para uma estrangeira, entretida pelo idioma diferente, foi compartilhado na web como uma "piada", acumulando diversos elogios aos agressores.        Diante das atitudes que assolam mais violência, é imprescindível o combate à cultura do estupro. Concluindo assim, a importância do debate do assunto e da manifestação de campanhas educativas sobre as agressões, sendo o governo federal responsável por disseminar socialmente as ações que derivam ao estupro, a fim de evitar a ocorrência dessas. Faz-se importante também obstar a vulgarização do termo e a banalização das agressões, para isso, é preciso impor judicialmente as devidas penalidades a qualquer meliante de abuso, dando maior ênfase para os casos de estupro, e assim fazer com que os agressores não fiquem impunes. A partir de estratégias que visam desvincular o estupro de algo corriqueiro, a sociedade e as pessoas que nela convivem poderão gozar de liberdade e justiça.