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Enviada em: 29/07/2018

Desde o iluminismo entende-se, que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com a dificuldade do outro, no entanto, quando o assunto é o combate à cultura do estupro, muitas vezes essa mobilização não é vista e a problemática persiste, seja pela falta de políticas públicas, seja por tratar a figura feminina como se fosse um objeto.         É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo Aristóteles, "A política deve ser feita de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade". Nesse sentido, observa-se que, no Brasil, apesar da Constituição garantir segurança e  liberdade a todos, as mulheres ainda não se veem seguras quanto ao assédio sexual, haja vista que acontecem cerca de 50 mil estupros todos os anos, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.        Outrossim, destaca-se objetificação da mulher como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar. Seguindo essa linha de pensamento observa-se que muitas vezes, no cotidiano, infelizmente é propagada a cultura do estupro pela mídia. Prova disso são os comerciais, que colocam uma mulher de biquíni para vender produtos ou em auditórios de programas se apresentando quase sem nenhuma roupa, o que só reforça a ideia de que a mulher é uma coisa, e não um ser humano. Fora das telas, essa questão é uma herança histórica. Como por exemplo na idade média, que antes de se casarem, os servos deviam entregar suas esposas aos senhores feudais para que esses realizassem a chamada "primeira noite" e depois os servos teriam o aval para se casar.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Estado deve contratar agentes investigadores mais qualificados, para o  atendimento das vítimas e julgamentos dos casos, assim aumentando a eficiência da fiscalização, com isso garantindo a segurança para as moças.  Ademais, o Governo junto com ONG's deve promover campanhas e propagandas de conscientização da gravidade do problema para as garotas, consequentemente diminuindo a visão patriarcal sobre a mulher, a fim de resgatar o sentimento de equidade iluminista.