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Enviada em: 30/07/2018

O movimento feminista tem ganhado força no Brasil, paralelo ao crescimento da internet no país. Com tais ideais difundindo-se nas mais diversas classes (apesar de ainda haver um protagonismo elitista) e faixas etárias, alguns termos ganharam notoriedade pela população. A expressão ''cultura do estupro'' se tornou recorrente em discussões, apesar de muitas vezes haver um entendimento dúbio da mesma.  A cultura do estupro dita atitudes e posicionamentos sociais em inúmeras situações e a tolerância social e cultural à violência contra a mulher exemplifica esse fato. Uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada estima que os dados oficiais referentes aos crimes de estupros representam apenas dez porcento dos casos ocorridos. Autoridades omissas, vítimas culpabilizadas e uma sociedade que banaliza tal barbárie torna o assédio sexual (e suas variáveis) em um crime silenciado.  A cultura do estupro é produto da sociedade patriarcal a qual a maioria - se não toda - a população mundial está sujeita. Apesar da incessante busca pela igualdade de gênero e da conquista de alguns direitos, como o sufrágio feminino (que só se tornou realidade no Brasil em 1932, evidenciando o quão recente é a mulher ser vista como cidadã), a ideia de superioridade do sexo masculino ainda paira sobre o senso comum. Tal crença tem como consequência as altas taxas de feminicídio, considerado, a partir de 2015, crime hediondo.   Visto que a cultura do estupro é uma questão estrutural, é preciso intervir na educação das crianças e adolescentes. É fundamental o papel de pais e educadores na formação de crianças mais justas, empáticas e com melhores noções de igualdade do que as gerações passadas. A participação da mídia no combate a essa problemática, chamando atenção para comportamentos inapropriados por meio de campanhas, também é imprescindível. O primeiro passo - o reconhecimento de tal fenômeno - já foi dado.