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Enviada em: 30/07/2018

Segundo dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2017, aproximadamente 135 casos de estupro ocorrem por dia no Brasil. Há ainda quem afirme com embasamento que este número é muito maior, visto que esse dado tem base em casos registrados formalmente, e quando se fala de estupro a questão da não-denúncia e silêncio são assuntos de grande notabilidade, posto que as vítimas comumente sentem-se inseguras de prestar queixa devido ao medo de serem julgadas e sofrerem preconceito, comportamento que infelizmente não fica só no imaginário dessas mulheres. A cultura do estupro é real, e deve ser combatida em prol de uma sociedade justa e digna.   Além de não haver levantamentos precisos sobre o tamanho da problemática enfrentada, muitas vezes investigações que cercam casos de estupro não são feitas corretamente ou levadas à sério, isto porque ainda padecemos em uma cultura arcaica onde se prolifera disseminações sobre estes acontecimentos de forma que eles acabam sendo vistos como uma realidade rotineira, fazendo com que muitas mulheres não tenham seus casos resolvidos. Além de terem de lidar com isto, sua recuperação psicológica não é muito ajudada pela sociedade que comumente trocam os papéis de vítima e agressor.   Outro fator consiste na tradicionalidade latino-americana de considerar que o mundo tem de ser visto sob a ótica masculina, o que impõe uma imagem de inferioridade às mulheres gerando a ideia da suposta superioridade machista, que gera certo conformismo à sociedade como num todo durante o enfrentamento desta problemática social.  O aumento da criminalidade e violência contra as mulheres seja por fatores culturais e sociais devem ser amplamente rediscutidos em todas as esferas da sociedade, começando pela educação básica e fundamental, passando por uma ampla discussão à nível nacional a ser implementada por todas as esferas quer seja institucionais, meios de comunicação, e movimentos sociais que reforcem a cobrança por um tratamento muito mais firme ao tema, inclusive endurecendo à jurisprudência em casos de condenação.   Na atualidade, de acordo com o número crescente de ocorrências de violência sexual seria urgente tarefa do poder legislativo federal bem como do poder judiciário criar comissões permanentes de estudos e acompanhamento sobre a evolução da qualidade e resolução dos casos que venham a ser registrados, cobrando maior agilidade, precisão e conclusão de investigações e inquéritos sobre esses casos em todas as camadas sociais. Enfrentando também os meios de comunicação no que tange a frivolização deste comportamento em dramaturgia, filmes, séries e noticiários; não como uma regulação do direito de livre expressão, mas como indutor de percepção moral de que esses fatos jamais podem ser tratados sob um ponto de vista rotineiro, a exemplo da incoerente visão machista de sociedade.