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Enviada em: 18/08/2018

A aparência é uma forma muito usual que a sociedade utiliza para julgar os seres humanos nas diversas esferas de convívio social. Entretanto, essa cultura mostra-se perversa a medida que qualifica se uma pessoa é propícia a ser estuprada, pelo modo como se veste e pelo seu comportamento. Essa realidade é muito evidente e pode ser explicada pelo machismo exacerbado e pela indiferença com que a sociedade a vê.        Em primeira análise, a violência sexual é algo recorrente que se tornou ainda mais preocupante quando a culpa passou a recair sobre a vítima. Relacionado a isso, o sociólogo Peter Berger afirma que a realidade social é oriunda de uma construção humana, dessa forma ele ratifica a ideia de que o machismo é um produto da objetificação da mulher e dos estereótipos de gênero que a qualificam como suscetível a satisfazer os desejos alheios.       Ademais, quando o físico Albert Einstein afirma que o mundo é perigoso pelo fato de existir pessoas que observam e deixam o mal acontecer, ele concorda com a perspectiva do livro Cegueira Moral de Bauman, em que as pessoas são insensíveis ao sofrimento do outro. Nesse sentido, percebe-se que a cultura do estupro não é fortemente combatida em virtude da neutralidade que os indivíduos adotam, logo, as vítimas acabam não denunciando por falta de apoio e os casos saem impunes.        Em suma, a indiferença ao problema torna o machismo ainda mais natural e o número de vítimas tende a aumentar. Portanto, cabe à escola formar jovens que respeitem a integridade física e moral do outro através de eventos com profissionais que abordem o tema de maneira a fazer com que essa cultura seja repudiada, além de incentivar a participação ativa da sociedade no que tange à proteção das vítimas e exigindo que as delegacias cumpram sua função de punir os criminosos e manter a ordem.