Materiais:
Enviada em: 24/08/2018

O artigo 213 do código penal brasileiro diz que o estupro refere-se a ação de constranger alguém mediante a violência ou ameaça, objetivando ter satisfação sexual. Ainda hoje persiste a existência da cultura patriarcal, que coloca o homem como centro de tudo e a mulher como objeto. Além disso, tal fato ocorre desde a chegada dos europeus, que fez o problema se enraizar na atual conjuntura e causar na população o pensamento de normalidade, compactuando com a relativização do crime.    Mesmo que o Feminismo tenha assegurado maior autonomia política e social à mulher, o pensamento machista, que está intrinsecamente ligado à grande parte da sociedade, ainda a julga pelas vestimentas e pensamento, expondo as mesmas a sensação de desamparo. Outro elemento que contribui com essa cultura é o pensamento de que é necessário preservar sua castidade e se manter pura, pois o machismo justifica que aquelas que fogem a esse padrão estão propícias ao abuso.   Além disso, há a banalização do assédio. O estupro coletivo no Rio de Janeiro, em 2016 contra uma jovem de 16 anos comprova, mesmo com vídeos publicados pelos próprios autores, grande parcela da população interpretou como algo natural, tendo em vista que a jovem se encontrava em uma periferia. De acordo com o portal de notícias G1, cerca de 70% dos estupros acontecem em ambiente familiar por conhecidos ou próximos da família, pois é impossível relacionar tal pessoa a um monstro.   De acordo com os argumentos supracitados, fica clara a urgência de reverter o problema. A fim de alterar o olhar machista as escolas, em conjunto com suas secretarias devem promover debates e aulas de conscientização às crianças, incentivando o respeito aos direitos humanos. Ademais, as mídias televisas e sociais, devem transmitir noticiários sobre a equidade de gêneros e problematizar a banalização do abuso. O Governo em conjunto com prefeituras deve criar programas que ofereçam atendimento de psicólogos que atendam vítimas, família e agressor, visando promover intervenções em todo o ciclo da violência.