Materiais:
Enviada em: 06/09/2018

Parafraseando Rousseau: "o homem nasce bom, a sociedade o corrompe". Dessa maneira, vê-se que é imprescindível o combate à cultura do estupro, que mesmo após avanços do movimento feministas, que desde a década de 1970 denominam dessa forma o ambiente em que a violência sexual contra a mulher é normalizada. Essa situação persiste e reflete na sociedade brasileira devido ao machismo que causa a culpabilização da vítima.       Convém ressaltar, a princípio, que o machismo é fator determinante para a permanência do problema, tendo em vista que, desde o nascimento espera-se dos meninos agressividade, força e coragem. As meninas, no entanto, são criadas para serem delicadas e submissas. Assim como Marcela Temer, esposa do presidente Michel Temer, foi descrita em 2016 na revista Veja: "Bela, recatada e do lar", de tal forma que exemplificasse como as mulheres deveriam continuar agindo em um mundo machista, fazendo as vontades masculinas e não expondo possíveis agressões.       Cabe salientar, outrossim, que o estupro é o único crime em que há a culpabilização da vítima. Muitas mulheres, certamente, não denunciam, sabendo que serão julgadas pela roupa que vestiam, o que consumiam, ou até mesmo por ser gentil. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, apenas 10% dos casos são denunciados, e desses, apenas 10% são julgados, o que causa uma grande impunidade que pode transmitir a ideia de que não há problemas em continuar com as agressões.       Nesse sentido, é necessário que o governo, educadores, ONGs, e os pais iniciem medidas educativas e que preguem igualdade de gênero em mídias, panfletos, escolas, teatros e em casa, para as crianças e os adolescentes, conscientizando-os e rompendo com esse machismo histórico que destrói tantas vidas. Além disso, é essencial ainda que as meninas aprendam a importância de denunciar e os meninos de respeitar, concordando, dessa maneira, com Simone de Beauvoir: "quando se respeita alguém não queremos forçar sua alma sem o seu consentimento".