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Enviada em: 24/10/2018

Historicamente os séculos passados são marcados por influências de herança patriarcal, no qual as mulheres eram tratadas como objeto. Embora a sociedade tenha evoluído em alguns aspectos, tais pensamentos arcaicos ainda se perpetua, visto que são noticiados muitos casos de violência sexual contra mulher, que é resultante, sobretudo, da persistência da cultura do estupro.            Há quem diga que a violação da liberdade sexual não é cultural e sim mais um acontecimento criminal. Todavia, segundo a sociologia, cultura é um conjunto de costumes e comportamentos que se adquire em sociedade. Logo quando uma pessoa do sexo feminino é violentada, uma das primeiras coisas a ser considerada é qual roupa usava, se estava sozinha e alcoolizada. Assim, seguindo o pensamento do filósofo Jean Paul Sartee que toda forma de violência seja qual for a maneira, é sempre uma derrota o estupro é um crime que diferente de assaltos e homicídios a vítima também é julgada,  e além disso, precisa ter que provar em exames de corpo e delito.          Outrossim, a culpabilização é um dos principais motivos ao não pronunciamento da vítima, haja vista que dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apenas 10% dos crimes de abuso são denunciados. Muitas vezes, a própria vitima julga ter merecido, mesmo que no artigo 213 do Código Penal esteja explícito que qualquer ato libidinoso é crime, ou seja, objetivo de satisfação sexual sem consentimento. Dessa forma, o sentimento de culpa, julgamentos da sociedade e o silenciamento leva à impunidade e a continuidade de tais ações.           Nessa perspectiva se faz necessário desenraizar a cultura do estupro desde muito cedo. É importante que as prefeituras criem núcleos de atividades, palestras, e oficinas de arte a fim de incentivar o respeito e mostrar como deve-se comportar em corpo social. Ademais que haja nesse centro especialistas, no qual as vítimas possam receber apoio psicológico e incentivo a denunciar, para que os agressores sejam julgados e punidos.