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Enviada em: 14/10/2018

No século XIII, o imperador mongol Genghis Khan – líder que mais conquistou terras na história da humanidade -, detinha a obsessão de estuprar as mulheres dos territórios conquistados. Na hodierna conjuntura brasileira, casos de violência sexual, lamentavelmente, perpetuam-se no cotidiano pós-moderno, o que evidencia a mentalidade corrompida e desumana defendida por Genghis. Nesse ínterim, analisa-se que essas atrocidades são oriundas de dois aspectos que se designam relevantes: a cultura patriarcal e a falta de ética dos violadores. Diante disso, faz-se necessário ponderar os motivos dessa ultrajante situação que vigora no país.       A princípio, percebe-se que os casos de estupro se devem as raízes culturais. Sob a perspectiva do francês Pierre Bourdieu, em sua teoria do Habitus, a sociedade incorpora, naturaliza e reproduz as estruturas sociais impostas à sua realidade. Partindo desse pressuposto, nota-se que a cultura patriarcal, permeada de intolerâncias e desigualdades, é comprovada ao se ressaltar que segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aproximadamente 50 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil. Nesse contexto, conclui-se que a permanência do estupro é o reflexo de uma sociedade primordialmente corrompida, e que por isso, defende a superioridade do homem sobre os demais indivíduos.        Outrossim, é importante salientar o desrespeito as mulheres como intensificador do impasse. Logo, verifica-se com frequência que mulheres são objetificadas pela sociedade, visto que são submetidas a vários constrangimentos nas ruas, aos quais, equivocadamente, são culpadas, como proposto pela cultura do estupro. Por esta razão, há um processo de normatização da violência sexual e culpabilização da vítima, decorrente da incoerência dos direitos da mulher e da falta de educação dos violadores. Posto isso, observa-se a relevância da educação para a concretização de uma sociedade ética.        Infere-se, portanto, que é imprescindível o combate à cultura do estupro. Sendo assim, cabe as vítimas e testemunhas do crime realizarem a denúncia nas delegacias de defesa à mulher, com o intuito de punir os infratores e evitar a proliferação da violência. Destarte, provém as instituições de ensino, o dever de instruir as gerações futuras com uma educação fundamentada nos direitos humanos, destacando a importância do respeito as mulheres, por meio de palestras, debates e campanhas, a fim de formar cidadão críticos e dotados de humanismo. Dessa forma, será possível construir uma sociedade digna e igualitária, que repudia com veemência as práticas de Genghis Khan.