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Enviada em: 07/04/2017

A partir do momento que a sociedade lucra com a insegurança feminina, gostar de si mesma torna-se um ato de rebeldia. Movimentos feministas são vistos como piada, seus discursos são encarados como só mais um "mimimi". A cultura do estupro não está no ato de abuso físico, está naquela assobio na rua, nas mãos bobas, no "tinha que ser mulher". Assim já dizia Simone de Beauvoir, "não há nada mais violento, arrogante e agressivo contra as mulheres, do que um homem inseguro com sua própria virilidade".        Primeiramente, cabe destacar que desde os primórdios da humanidade sempre foi estabelecido uma relação de superioridade do homem sobre a mulher, como por exemplo, pornografia que é voltada em sua maioria ao mercado masculino, explorando o lado feminino e transformando-o em promiscuidade e situações irreais. Acima de tudo é importante salientar que, diante de um meio social que oprime a liberdade feminina de poder optar pela depilação, o uso do sutiã e o modo como agir, é fundamental destacar que a sua liberdade não está em suas decisões, e sim na de uma sociedade machista como um todo.         Sob tal aspecto, torna-se fundamental salientar que, uma sociedade que te julga por usar roupas curtas ou apertadas, é uma sociedade que oprime. Vivemos em uma estrutura patriarcal, visando sempre os "bons costumes", aplicando-se somente ao meio feminino. A cultura do estupro está totalmente relacionada à ideia em que mulheres que usam roupas curtas pedem para ser estupradas. Ninguém merece ser estuprada, e a culpa não é da mulher por estar na hora ou no lugar errado, como o que ocorreu em 2016 com aquela jovem que foi estuprada por 30 homens, a culpa está na perversidade humana, como já dizia Maquiavel, "O homem é mau, e só age com bondade quando lhe convém". Contudo, pouco se tem discutido com relação aos reais culpados de tal ato, visto que há uma ideia inata que, se ela foi violada a culpa recai sobre ela e não sobre seus agressores.          Portanto, sob tais argumentos citados acima, cabe ao meio publicitário fazer propagandas para mudar o pensamento social em que pessoas podem escolher que tipo de roupa é uma escolha feminina e isso não representará seu caráter, cabe também, ao meio legislativo elaborar punições mais severas àqueles que ainda insistem em permanecer com a concepção de mundo machista e misógino. Deve-se também destacar a primazia da denúncia, que deve ser realizada, e acima de tudo, garantir a segurança feminina, com o investimento estatal em delegacias da mulher que atuem de forma mais eficaz.