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Enviada em: 09/05/2017

No filme ''Preciosa'', o autor buscou chamar atenção sobre a questão do estupro ao retratar a história de Claireece, uma jovem que era abusada sexualmente pelo seu pai. Nesse contexto, relaciona-se a persistente permanência da cultura do estupro no Brasil que cresce de forma indiscriminada. De acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2014 cerca de 40 mil pessoas foram abusadas no país, sendo um caso comunicado a cada 11 minutos. Entretanto, mesmo com números alarmantes, o estupro é um dos crimes mais subnotificados no mundo e não apresenta a notoriedade necessária. Infere-se, portanto, que devido a coerção causada pelo machismo, somada à ''coisificação'' da mulher e à falta de rigor do governo corroboram para o surgimento de um cenário  em que a vítima torna-se culpada.    Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a coerção é uma das características da sociedade e representa uma pressão imposta sobre o indivíduo. Ao contexto, relaciona-se a ideia de que a cultura do estupro é proveniente de uma população machista, que coerge os homens a enquadrar o pensamento às ideias conservadoras. A partir disso, surge o sentimento de superioridade que faz o machista acreditar que como na Idade Média, a mulher é submissa a ele e deve atender os seus desejos, como por exemplo, os sexuais. Motivados por esse tipo de  pensamento, na faculdade UFMG um grupo de estudantes foi expulso por cantar músicas que faziam apologia ao estupro, em que diziam ser ''sexo surpresa''.     Na França, um grupo de mulheres se reuniu e colocou fogo em seus sutiãs no movimento de ''Queima de sutiãs''  para quebrar os esteriótipos relacionados à figura feminina. Em contraste, mesmo com a grande representatividade desse marco histórico, muitas pessoas ainda mantém o pensamento conservador de que a mulher deve seguir os padrões, como por exemplo, preservar a castidade para ser respeitada. A partir dessas lentes ultrapassadas e incoerentes para o século XXI a mulher passa a ser objetificada e a ela são atribuídos valores, o que culmina no aumento de casos de estupro.      Segundo John Stuart Mill ''Sobre o corpo e mente, o indivíduo é soberano''. Nesse contexto, surge a ideia da liberdade do indivíduo sobre si mesmo para fazer e ser o que quiser. Entretanto, a falta de rigor do governo perante a questão não garante a proteção desse direito. Faz-se necessário por parte desse, a criação de campanhas que incentivem a importância de denunciar os agressores, e severas políticas de proteção, como a criação de pulseiras que funcionem como sensores  para garantir a proteção no pós-denúncia. Além disso, faz-se necessária a utilização da mídia para propagar sobre o respeito à liberdade individual, retratando as mulheres sendo o que querem ser através de propagandas. Pela população, a reflexão sobre o provérbio que diz: ''Sua liberdade acaba, quando começa a do outro.''