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Enviada em: 16/08/2017

Os livros de E. L . James, atualmente os mais vendidos no mundo inclusive no Brasil, se analisado vê-se que é extremamente abusivo. O personagem principal é perseguidor, possessivo e intimidador referente á mulher cuja quer que seja “sua”, isso em uma autodenominada "história de amor". Um livro em que a cultura do estupro está implícita em toda a trilogia da saga. No Brasil a cultura do estupro é uma realidade porém é abafado pela normalidade do sexismo, no qual é fundamental que haja uma mudança.   O episódio da adolescente estuprada por um grupo de homens, que ocorreu no segundo semestre de 2016, gerou grande repercussão na mídia pela violência no qual a menina foi sujeita e como ela foi exposta e julgada. Esse julgamento é consequência do machismo no qual a cultura do estupro está associada. Em uma sociedade com uma herança patriarcal a mulher é vista como indivíduo inferior e, muitas vezes, como objeto de desejo e de propriedade do homem, o que autoriza, banaliza ou alimenta diversos tipos de violência física e psicológica, entre as quais o estupro.  Além disso, o apoio do Estado no atendimento às vítimas também tem falhas. Crimes de abuso sexual, atualmente, têm o tempo de prescrição variada de acordo com o tempo da pena e no caso do estupro pode se estender até 20 anos. A demora nos julgamentos e a falta de investigação para casos de agressões sexuais acabam desencorajando as vítimas a procurarem justiça. Somando a isso, a conduta jurídica em muitos casos está impregnada de preconceitos e discriminações, e muitas vezes acabam desqualificando a mulher que vive em situação de violência.   Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. O Ministério da Justiça em conjunto com a Organização dos advogados do Brasil, devem disponibilizar mais defensores públicos a fim de proteger a integridade das vítimas de estupros e levar tais casos a justiça, também deve ser feita uma emenda constitucional na Lei Maria da Penha que penalize mais rigorosamente esses crimes. Outra medida é a conscientização através de panfletagens e campanhas educativas na mídia, elaboradas pelo Governo Federal que visem combater a violência contra as mulheres e junto com ela à cultura do estupro.