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Enviada em: 12/07/2017

Desde o seu descobrimento, o Brasil foi marcado pela naturalização da violência sexual, tendo em vista a visão das índias como instrumentos de reprodução e diversão para os colonizadores portugueses. Entretanto, em pleno século XXI, a mulher ainda é vista como um objeto de prazer, uso e desuso masculino, visão que colabora ainda mais para a tolerância frente ao abuso sexual cometido contra o sexo feminino.   Em maio de 2016, uma jovem de 16 anos foi estuprada por um grupo de trinta homens e teve vídeos expostos na internet. Logo após esta notícia, uma jornalista iniciou no “tumblr” a campanha “#eunãomereçoserestuprada” para mostrar o absurdo desse problema e a naturalização com que os agressores tratam o caso, o julgando normal. Logo, o princípio que norteia essa cultura é a desigualdade social que existe entre homens e mulheres, com a visão machista de que a mulher é um objeto de prazer e diversão do homem.  Segundo uma pesquisa realizada pela IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), estima-se que mais de meio milhão de mulheres são estupradas todos os anos, sendo que correspondem a apenas 10% dos casos ocorridos.    Portanto, medidas são necessárias para modificar esse panorama. Cabe ao o Ministério Público intensificar o alcance da Delegacia da mulher, implantando-a em todas as cidades, além de oferecer treinamento as autoridades com o objetivo de oferecer acolhimento e apoio as vítimas. Além disso, a escola é um agente fundamental que deve promover o debate sobre questões de gêneros, machismo e a violência contra a mulher, com o objetivo de desde cedo educar as crianças e adolescentes acerca do tema. Por fim, a sociedade deve trabalhar para retirar o pensamento machista e de objetificação da mulher, além de denunciar todas as forma de opressão, assédio e abuso que presenciar. Dessa maneira, a cultura do estupro, caminhará, ainda que passos lentos, ao fim no Brasil.