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Enviada em: 14/07/2017

Em 2012, um caso do estupro coletivo contra uma aluna de medicina na Índia chocou o mundo. O caso gerou diversas manifestações por parte dos universitários e ao redor do mundo e até mesmo um documentário que foi lançado em 2015. O ocorrido trouxe a seguinte questão: como ainda há uma cultura de estupro perante mundo já globalizado? Diante disso, a necessidade do combate à cultura do estupro é tão urgente quanto as inovações do século XXI.      De acordo com a revista Cláudia, são cerca de 45 mil casos de estupro ao ano reportados no Brasil, sendo desses 75% praticados por pessoas próximas a vítima. Esses dados levam a subentender que muita das vezes, mesmo quando reportados, já ocorreram outras vezes com uma mesma vítima, dando a ideia de que há uma certa impunidade com relação a isso por diversos fatores socioculturais que acabam atrapalhando na luta contra esse "crime domesticado", sendo alguns desses o machismo e a culpabilização da vítima.       Mesmo perante a um mundo informatizado, esses dois fatores acabam tomando uma proporção gigantesca quando se trata da impunidade. Culpar a vítima por estar usando uma "roupa inadequada" ou andar na rua durante um "horário impróprio" são argumentos utilizados para justificar esse crime tão presente na sociedade brasileira, mostrando assim o exacerbado machismo que rege o país. Até mesmo os agentes da lei chegam a questionar a vítima sobre o papel dela nisso.      E, mediante a tantas conquistas da povo no cenário popular e também o constante desenvolvimento tecnológico, observa-se que os índices de estupros, seja a forma que for, tem se mantido absurdamente altos, revelando assim que a maior preocupação é com os avanços da produção da matéria bruta, deixando de lado um ser pensante que sente todos os dias as dores de uma violência, se mantendo calado pelo medo, vergonha e ameça, tornando assim o combate difícil de ser realizado.         Em vista dos argumentos expostos, os progressos científicos de um mundo globalizado não tem sido suficientes para uma missão tão urgente como combater o estupro de forma geral. É de dever do governo proteger as vítimas e buscar penalizar aqueles que já praticaram tal ato. Cabe também a população parar de culpar a vítima e passar a refletir seus conceitos morais, desenraizando assim essa cultura repugnante que apenas traz o retrocesso a um povo que lutou tanto para avançar.