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Enviada em: 24/08/2017

O termo "Cultura do Estupro" é constantemente banalizado devido à falta de compreensão sobre ele. Diferente do senso comum, cultura deve ser entendido por ações tradicionais dentro de um determinado espaço. Logo, torna-se visível a urgência em discutir e combater a Cultura do Estupro, que está presente e é alimentada através de políticas precárias de proteção à vítima e pelo machismo.      Em primeira análise, é possível afirmar que um dos fatores que apontam as falhas desse sistema de proteção é a falta de censo sobre o número real de casos de abuso, já que, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, 90% deles não é oficialmente registrado. Isso acontece porque, muitas vezes, as vítimas acabam sendo hostilizadas tanto dentro de delegacias quanto fora delas.     Por meio dessa perspectiva, podemos tomar como exemplo o caso da jovem de 16 anos que se tornou alvo de críticas após ser brutalmente estuprada por 30 homens no estado do RJ, em 2016. Isso mostra como a sociedade - historicamente machista - contribuí com o problema, criando um falso padrão de vítimas  (geralmente baseado em suas roupas e até mesmo em sua conduta), o que tende a desviar a culpa exclusiva dos agressores para seus receptores.    Evidencia-se, portanto, a responsabilidade política e social para combater efetivamente essa questão. É necessário que sejam criadas mais delegacias especializadas, havendo uma equipe melhor preparada para atender a quem sofre esse tipo de abuso, transmitindo confiança e oferecendo apoio psicológico aos mesmos. Junto a isso, a conscientização deve ser aplicada através da mídia e da promoção de debates no meio acadêmico, desconstruindo conceitos arcaicos e discutindo as consequências do machismo, buscando alcançar cidadãos mais humanos e civilizados.