Materiais:
Enviada em: 11/09/2017

Em uma das cenas mais famosas dos quadrinhos, o justiceiro Homem Aranha flagra um grupo de homens ameaçando e intimidando uma jovem. Indignado, o herói ataca os bandidos, salvando a atriz Mary Jane. Fora dos gibis, a cultura do assédio é uma realidade no Brasil, onde tradições machistas tornam as mulheres reféns de violências verbais e sexuais todos os dias.      Um questionário online feito pela Revista Epóca com oito mil brasileiras, constatou que 99,6% delas já passaram por situações constrangedoras na rua. Tal fato confirma a banalização do assédio no Brasil, que ofende as vitímas e evidência a desigualdade de genêros existente no país. Ademais, os altos índices de intimidações ás mulheres é usado para justificar o estupro, pois tais atitudes criam uma imagem delas como objeto sexual e corrobora a invasão de sua privacidade e liberdade pelos homens.       Contudo, apesar de o assédio ser crime, muitas pessoas não denunciam o seu agressor, por medo de ter sua identidade revelada ou por ameaça do malfeitor.Além disso,a perpetuação dos valores machistas, por meio da banalização do assédio, e a desvalorização da imagem feminina, fortalece a intimidação ás mulheres.            Deste modo, medidas são necessárias para revolver o impasse.Em parceria com o Ministério da Justiça, a Polícia Civil deve criar uma ouvidoria pública online para receber denúnicas anônimas de assédio, investigando as alegações e punindo os agressõres de acordo com a lei. Além disso, como disse o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Assim sendo, o MEC deve instituir nas escolas públicas palestras ministradas por professores e psicólogos que discutam a igualdade de genêros e a importância do respeito com os demais, com o intuito de interromper a perpetuação da cultura do assédio.