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Enviada em: 03/10/2017

É de conhecimento geral que a trajetória feminina até o presente momento é caracterizada por muitas reivindicações. Por exemplo, a luta pelos direitos iguais, que foi tardiamente reconhecida como necessária, e não totalmente atendida. Analogamente, é fácil perceber que as mulheres por muito tempo foram minimizadas na sociedade e isso facilitou a ocorrência de atos machistas. Visto que inúmeros casos de estupros são reportados todos os anos, é necessário discutir meios fidedignos de combate a esse crime que aterroriza a sociedade.    Na maioria dos casos, as vítimas são mulheres, porém, não exclui os homens. De acordo com a cultura do estupro, a violência sexual se tornou banalizada, isso indica que o crime cometido, ao ser julgado, muitas vezes analisa a situação da vítima, que poderia ter uma parcela de culpa no ocorrido. É inegável, porém, que quem sofre o crime não pode ser julgado por suas atitudes, como a roupa que veste ou o lugar que frequenta. Essa situação abre espaço para interpretações que justificam casos de estupros.    Ao considerarmos que o crime não é decorrente somente do ato do estuprador, admite-se que a sociedade está suscetível a essas atrocidades apenas porque não se vestiu adequadamente, ou porque agiu de forma inconsequente, ignorando totalmente os valores morais que incluem a maldade de quem pratica o crime e enfatizando a vulnerabilidade das vítimas. É oportuno lembrar que, além das ocorrências de violências sexuais, essa interpretação traz como consequências casos mal resolvidos, silêncio do estuprado e negligência da justiça.     Diante dos argumentos supracitados, vê-se a necessidade de inserir na sociedade ideias contra o estupro, por meio de campanhas governamentais que não normalizam esse crime. Palestras com a presença de vítimas também é interessante, pois precisa-se conhecer a realidade com o intuito de não se tornar banalizada e evitar as justificativas de casos como esses, e, assim, evita-los.