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Enviada em: 23/02/2018

Em maio de 2016, um acontecimento no qual uma adolescente de 16 anos foi estuprada por 33 homens chocou todo o Brasil. Mas não demorou muito para que comentários culpando a vítima, principalmente por a mesma ser usuária de drogas, fossem compartilhados nas redes sociais, juntamente com o vídeo que expunha todo o ato. Esse cenário evidencia um problema muito discutido nos dias atuais em nosso país, a cultura do estupro, enraizado historicamente em nossa população. Devemos, então, encontrar medidas que consigam amparar às vítimas e impedir que situações como essa não ocorram novamente.        Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), cerca de 43% dos brasileiros acreditam que se a mulher estiver usando roupas que mostram o seu corpo, ela merece ser violentada. O que indica que a nossa população segue uma tendência de sempre culpar a vítima. Isso acontece porque vivemos em uma sociedade patriarcal e extremamente machista, que acredita que a mulher deve se comportar perante padrões pré-estabelecidos, se encaixando na forma “bela, recatada e do lar”, e que algo diferente disso, não merece ser respeitado.         A mulher violentada no Brasil não recebe os amparos, médicos e psicológicos necessários. Há um número muito pequeno de delegacias e centros de atendimento psicológicos, especializados no atendimento à mulher, principalmente nas menores cidades. Além do que, quando a mulher toma a coragem de fazer uma denúncia, muitas vezes, se depara com pessoas que não acreditam em suas queixas, o que implica em um receio por parte de outras mulheres em denunciar o agressor, juntamente com o medo de serem julgadas por toda a população.        Diante disso, é imprescindível que esse cenário seja alterado. É tarefa do Estado intervir, criando mais centros que prestem todo o atendimento necessário às mulheres, para que elas tenham confiança para denunciar o estupro. As escolas devem, por meio de trabalhos e discussões, implementar a cultura do estupro e a violência contra a mulher como um problema, desde cedo, apresentando às crianças e adolescentes a importância da igualdade de gênero na sociedade. É preciso que a população se conscientize sobre esse problema passando a amparar a mulher e não a julgar.