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Enviada em: 29/03/2018

Em uma sociedade na qual impera a construção de arquétipos pejorativos no que tange a delimitação do conceito de representatividade da mulher como ser social, a cultura do estupro é intrínseca. Desse modo, os ditames culturais são responsáveis pela perpetuação dessa atrocidade, ao passo que os valores éticos e as condutas sociais, no caso do Brasil, são regidos por uma cultura estritamente patriarcal e machista, o que precisa ser combatido.         Nesse contexto, pode-se dizer que a cultura do estupro foi banalizada, constituindo um meio pelo qual a violência contra mulher é legitimada, reafirmando o papel subserviente da mesma diante dos desejos do homem. Por outro lado, a persistência dessa problemática na sociedade brasileira evidencia o quão deturpada está nossa percepção de cultura, haja vista que através de pequenas atitudes corriqueiras, contribuímos para a reprodução de atos que promovem a objetificação da mulher e a prevalência da desigualdade de gênero.         Diante disso, é primordial ressaltar a influência que muitos costumes impregnados na sociedade possuem sobre a intensificação da cultura do estupro, bem como nos hábitos apresentados pelos indivíduos que a compõem. Sendo assim, pode-se dizer que o simples fato de um pai reprimir a filha pela roupa que ela está usando ou, até mesmo, uma cantada inescrupulosa dirigida a uma mulher, em qualquer ambiente, configura-se como fomento a perpetração de hábitos que mantêm a figura feminina como objeto sexual.         A fim de atenuar esse tipo de conduta, é preciso que haja uma reformulação dos paradigmas culturais que estruturam a sociedade brasileira. Para tanto, é necessário que as escolas, com o auxílio da família, diversifiquem os modos de representação dos gêneros, estimulando, por exemplo, a inserção das suas alunas no futebol, promovendo assim, a equidade. Ademais, é essencial que as propagandas mudem a forma de representação da mulher, visto que em seus conteúdos há uma imagem extremamente estereotipada, sempre sensualizando o corpo feminino, fonte de obtenção de prazer nessa ótica. Além do mais, é preciso que as redes sociais se tornem alicerces no combate à desigualdade de gênero que tanto contribui para a permanência da cultura do estupro.