Materiais:
Enviada em: 10/04/2018

“O importante não é viver, mas viver bem”. De acordo com Platão, a qualidade de vida é, muitas vezes, mais considerável que a própria existência. Entretanto, é evidente que os problemas acarretados pela cultura do estupro distanciam as mulheres brasileiras de vivenciar o pensamento do filósofo grego. Portanto, urge a necessidade de reconhecer e problematizar a função da mídia quanto à abordagem indevida do tema e as consequências disso no cotidiano feminino. Ademais, a fragilidade nas políticas de segurança reforça a ideia de impunidade a esses assediadores e prejudicam no combate desse mal.       Em primeiro plano, ressalta-se que a cultura do estupro tem sido disseminada muitas vezes de modo implícito, resultando na legitimidade do feminicídio, conforme afirma a fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Dado isso, interpreta-se que o meio midiático tem se revelado imprescindível no papel de fomentar e trazer opiniões equivocadas aos lares brasileiros. Isso se mostra evidente na ausência de um pensamento em que a equidade de gênero esteja ofertada, seja nos comerciais de cerveja sexualizando o corpo feminino, seja na dramaturgia nacional romantizando relações entre vítima e agressor, sendo assim, fornecido material de conteúdo patriarcalista no país.        Além disso, o sexo feminino está constantemente submetido à vulnerabilidade dos diferentes tipos de violência, entre as quais o estupro. Tendo em vista a precariedade no desempenho da gestão de políticas públicas efetivas de segurança, o amparo a essas padecentes se evidencia ausente, julgando pelo fato de que órgãos que deveriam proteger, duvidam da palavra e trazem danos psicológicos irreversíveis na vida dessas mulheres. Exemplo disso foi o caso da passageira que teve o pescoço ejaculado por Diego Ferreira dentro de um transporte coletivo, sendo o mesmo solto após o pagamento de multas, mantendo sua integridade e moral intactas às autoridades masculinas do caso.       Face às considerações exploradas, cabe à escola colocar a discussão acerca das questões de gênero e tratar sobre machismo com os alunos e alunas mediante a debates, teatros e a criação de um coletivo feminista, trabalhando a temática abordada em classe, a fim de que os estudantes cresçam cientes de que nenhum abuso deve ser legitimado ou tolerado. Por conseguinte, à população concerne denunciar, através de um Disque Denúncias, sempre quando houver indício que alguma mulher esteja sofrendo qualquer tipo de violência, imperando a segurança a tais padecentes por meio de ações vindas de uma equipe toda feminina e sendo assegurado o exercício da empatia. Por fim, da mídia se almeja o estímulo, por intermédio de subsídios do Governo Federal, da visibilidade a campanhas feministas, alternado o pensamento misógino brasileiro. Só assim será possível a construção de um país condizente com a premissa platônica.