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Enviada em: 30/09/2018

A cultura brasileira é reconhecida internacionalmente por sua variedade e riqueza, fruto do sincretismo das diversidades de etnias, em especial europeias, indígenas e africanas, que compõe a matriz cultural nacional do Brasil. Mesmo assim, todo esse legado não faz parte da apreciação e estima de grande parte da população do país, que tende a valorizar a produção artística estrangeira em detrimento de sua própria.     De acordo com o jornalista Leandro Correa, existe uma gama de produções cinematográficas brasileiras premiadas no exterior, que aqui pouco alcançam o grande público. Um exemplo é o filme pernambucano "O Som ao Redor", que obteve considerável repercussão internacional, porém sua bilheteria interna atingiu menos de cem mil espectadores. Esse fato ajuda a ilustrar parte do problema, visto que, mesmo com a existência de produções conceituadas, não há justa valorização e reconhecimento nacional.     Sendo a cultura uma forma de expressão e denúncia de mazelas sociais, seja por meio de livros, filmes ou obras de arte que tratem de questões problemáticas, como no caso do Brasil, a desigualdade econômico-social, o racismo, a pobreza, dentre tantas outras, observa-se uma preferência por consumo de produções genéricas e de mais fácil compreensão. Essas produções podem ser observadas na alta quantidade de filmes e livros de origem norteamericana assistidos e lidos no Brasil, alavancando a desvalorização nacional e assim contribuindo para o menor entendimento da própria realidade do país.       Tendo em vista uma clara necessidade de incentivos à população para uma maior valorização de cultura nacional, a existência de cotas de, no mínimo trinta por cento de filmes e obras de autores nacionais em divulgação, poderia auxiliar na consumação destes, facilitando a inserção no mercado cultural interno, tornando os brasileiros mais conscientes em relação a própria cultura e seus problemas mais abrangentes. Assim, a imprescindível valorização nacional tornar-se-ia mais acessível.