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Enviada em: 21/03/2019

No início do século XX, o movimento modernista realizou tentativas de desvendar e valorizar uma produção que fosse genuinamente brasileira. No presente, tal iniciativa não representou efetivamente a consolidação da valorização da cultura brasileira, tendo em vista os empecilhos de uma educação que converge para uma limitação na expansão de nossos preceitos identitários. Assim, analisar as vertentes que circundam tal realidade lastimável torna-se necessário.         Em uma primeira análise, é factível que o conjunto de fundamentos e valores de uma sociedade está intrinsecamente conectado com a identidade dessa. Nesse sentido, o incentivo à preservação de traços culturais nacionais torna-se incisivo, tendo em vista que, por meio do reconhecimento das tradições, danças populares, diversidades linguísticas e pensamentos de diversos grupos que compõem o miscigenado povo brasileiro, repercute na diluição de diferentes visões e saberes que, juntos, formam a história do Brasil. Assim, o engrandecimento da identidade nacional revela-se fundamental para a construção e transmissão da unidade multicultural brasileira.            Deve-se pontuar, entretanto, a falta de resiliência dos setores educacionais em transparecer  o reconhecimento da cultura nacional. Dessa maneira, quando o renomado educador Paulo Freire afirma que a escola não deve se distanciar dos aspectos sociais da vida de seus participantes, ressalta a importância de eixos como a promoção da identidade cultural serem contemplados no ensino. Contudo, a realidade da educação brasileira , frequentemente voltada ao tecnicismo alienante, deixa de elucidar no seu currículo básico a importância da preservação da memoria nacional, refletindo, dessa forma, na limitação do sentimento de pertencimento do indivíduo no meio em que vive. Logo, com um tratamento superficial perdem-se chances de se entender a vastidão do Brasil e, consequentemente a desvalorização de traços nacionais.         É imperioso, portanto, mecanismos energéticos no embate a esse cenário. Primeiramente, cabe ao Ministério da Educação e Cultura, juntamente com as instituições escolares promover a efetivação de projetos, como “Mais Cultura nas Escolas”, por intermédio, por exemplo, do repasse de verbas de empresas privadas que demonstrem interesse em reduzir seus impostos, para a construção de serviços culturais, como atividades artísticas e peças teatrais que enfatizem a miscigenação nacional, a fim de construir um pensamento de afeição a nossa cultura. Aliado a isso, os meios de comunicação devem flexibilizar em novelas e programas interativos a divulgação de costumes, tradições e valores das diversas culturas brasileiras, de modo a incentivar um reconhecimento mais holístico da sociedade frente a exuberância identitária brasileira e concretizar o anseio dos escritores modernistas.