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Enviada em: 31/07/2017

O Brasil, colônia portuguesa durante o expansionismo do século XVI-XIX, foi palco de inúmeras manifestações culturais. O aglomerado de etnias, indígena, africana e europeia, trouxe ao país uma diversidade que, infelizmente foi pouco valorizada. Portanto, apesar de os esforços dos movimentos do Romantismo para criar um nacionalismo, assim como os do Modernismo que tentaram afirmar uma identidade popular, a dificuldade de valorização da cultura nacional atuaram como barreiras, assim como continuam atuando no século XXI.       A vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808 foi um dos principais impasses para essa valorização nacional. A hierarquização social da época colocou os grupos nativos, assim como os africanos trazidos como escravos, em níveis inferiores. Logo, toda a identidade cultural desses povos foi tratada com descaso e desvalorização, e em muitos casos proibida. A imposição da cultura européia, tida como civilizada e superior, sobre todas as etnias acarretou, portanto, em um processo de aculturação, fragmentando a nacionalidade brasileira. A miscigenação étnica, com potencial para formar uma cultura rica e diversificada, serviu para promover o preconceito e a desigualdade entre povos.      Infelizmente, apesar de cerca 500 anos depois de o processo de colonização, ainda há impasses para essa valorização cultural nacional. Mesmo com conhecimento sobre boa parte das culturas indígenas e africanas, o acesso seletivo ao conhecimento atua como barreira.  A indústria cultural, descrita pelos sociólogos Adorno e Horkheimer, associa dinheiro à arte. Desse modo, apenas as classes sociais com elevado poder aquisitivo tem acesso à cultura. Privadas de teatros, filmes, espetáculos de danças, museus,  as classes populares obtém pouca ou nenhuma consciência sobre a história nacional. Gera, por isto,  a falta de pertencimento à uma sociedade, impossibilitando sua admiração. Destarte, medidas são imperativas para solucionar a problemática, haja vista a Constituição de 1988 que garante o acesso igualitário à cultura e tendo em vista esse o único caminho para a valorização nacional. Sendo assim, ao Governo cabe, através da arrecadação de verba pela Receita Federal, destinar maior quantia ao Ministério da Cultura, visando ampliar o alcance do conhecimento. Para isso, a criação de bibliotecas, teatros  e museus em locais periféricos é importante. Com essas medidas impostas, cabe à escola implementar programas de leitura obrigatória, incentivando a valorização nacional, e também aulas de História em museus, aliando recreação com conhecimento. A mídia, por meio de parcerias privadas, poderá promover espetáculos nacionais abertos a população popular. Com isso, criará-se um grande nacionalismo na sociedade brasileira, valorizando todas as etnias presentes.