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Enviada em: 02/03/2018

"O sujeito é advindo da cultura em que está imerso."A frase do filósofo Freud,criador da psicanálise,parece fazer alusão ao comportamento humano na contemporaneidade,especialmente na atual sociedade “do desapego”,em que a máxima “o que é do outro é melhor” parece inferir cada vez mais no modo de agir da população.Essa perspectiva,compromete a valorização da cultura nacional como patrimônio,sendo refletida,principalmente,no advento da valorização do internacional em detrimento do nacional, bem como na ausente política educacional deficitária acerca da cultura no país.     Em primeiro lugar,cumpre destacar que a frequente prática de desapropriação cultural é corroborada por fatores socioculturais.Desde a formação dos estados brasileiros,as ideologias do Darwinismo Social,com reflexos na visão etnocêntrica-inferioridade-sobre o Brasil,é carregada até hoje por uma sociedade que considera,na maioria das vezes,os costumes,as crenças,dentre outras culturas estrangeiras,superiores às nacionais.De modo análogo,o processo das migrações,assim como os mais diversos meios midiáticos elevaram grandes patamares acerca da questão da identidade,criando-se uma cultura com a máxima "só o que é de fora presta",desvalorizando,assim,a cultura brasileira.     Em segundo lugar,o processo cultural é capaz de definir sociologicamente e filosoficamente um homem,por meio dos hábitos e dos costumes de um povo e elevar a cultura como condição de importância é resguardar uma sociedade de uma época.Sob esse viés,na contemporaneidade,a Lei Rounet,criada em 1991,ainda no Governo de Collor,que se tratava da proteção e da valorização das expressões culturais nacionais,vem apresentando cenário contrário nos mais diversos aspectos culturais do País.Os ritmos,como o samba,o Funk e o Rap,que marcam as expressões de uma parcela social,vêm sendo substituídos pelo Pop internacional.Ademais,segundo o Ministério da Cultura,quase metade da população nunca visitou um museu ou um teatro,devido à falta de estímulos à valorização da história nacional.       Logo,é imprescindível que haja uma ação conjunta da sociedade,das instituições educativas e do Poder Público,em que a implantação de debates,de palestras,de propagandas e de campanhas publicitárias,nos meios midiáticos, pelo Poder Público,sejam capazes de fomentar o senso crítico da parcela social,desmistificando o cenário da cultura estrangeira como única que deve ser valorizada,bem como o incentivo dos pais aos filhos,pela sociedade,a irem ao teatro e ao cinema,desde cedo,assim como a inserção de estudos antropológicos,pelo Ministério da Educação,à matriz curricular,de modo a valorizar a identidade brasileira.Assim,desenvolvendo as devidas mudanças sociais,a frase do escritor Stefan Zweig,"Brasil,um país do futuro”,poderá se tornar uma ação na realidade.