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Enviada em: 22/02/2019

A partir da Revolução Industrial, as empresas introduziram o conceito de obsolescência programada em sua linha de montagem, isto é, os bens materiais passaram a ser feitos para não durarem por muito tempo a fim de que a sua necessidade nunca seja suprida, instigando o consumismo. Em contrapartida, a crise econômica que se instaurou no Brasil promoveu a busca de formas alternativas de obtenção de uma renda extra e de meios de cortar gastos. Assim, a economia colaborativa surgiu como uma maneira de empoderamento da sociedade, já que as pessoas podem assumir o controle de suas relações comerciais.  Primeiramente, um morcego-vampiro, para sobreviver, necessita se alimentar, no máximo, a cada 60 horas, logo, quando não consegue capturar uma presa, outro ser da colônia vomita sangue em sua garganta, o que demonstra que essa espécie desenvolveu uma prática colaborativa. Analogamente, Dora Kaufman, especializada em Redes Digitais pela USP, afirma que colaboração é uma tendência dos indivíduos, sempre existiu e faz parte da convivência em sociedade. Destarte, com a alta taxa de desemprego decorrente da crise que assola o país, somado à diminuição da possibilidade de consumir, as pessoas, preponderantemente, introduziram o consumo colaborador como um modelo socioeconômico alternativo e versátil, em que os consumidores partilham serviços ou produtos com outros consumidores ou empresas, gerando renda e promovendo a sustentabilidade.  Visto que, na maioria dos casos, a economia compartilhada não envolve produzir ou fabricar nada, ao contrário, busca o reaproveitamento do que já existe, a redução do desperdício e da produção de lixo tornam-se consequências desse fenômeno, provendo, portanto, a preservação do meio ambiente. Nesse ínterim, esse ecossistema socioeconômico é capaz de reverter o pensamento consumista propagado pelo capitalismo, levando as pessoas a comprar apenas quando de fato houver necessidade. Dessa forma, os defensores da economia tradicional mostram objeção a essa nova tendência. Por exemplo, houveram diversas manifestações de taxistas contra a implementação do Uber nas cidades brasileiras. Logo, percebe-se que há oposição em relação a essa percepção de mundo.  Uma vez que a economia colaborativa ainda não é completamente aceita pela sociedade brasileira, novas medidas são necessárias. Cabe ao Governo Federal, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, promover o aumento desse tipo de economia por meio da oferta de incentivos fiscais às empresas que adotarem técnicas desse sistema, com a finalidade de cuidar do meio ambiente, gerar renda para o país e diminuir os impactos causados pela crise. Desse modo, o pensamento capitalista deixará de ser hegemônico no país.