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Enviada em: 23/04/2017

Apesar de só ter ganhado impacto na última década, a Economia Colaborativa – prática de otimização do processo de compra e venda que visa reduzir o desperdício, o impacto ambiental e o consumismo – faz-se inerente à humanidade desde seus primórdios. Indubitavelmente, tal conceito aparece como uma das mais fortes tendências para o século XXI, o que pode ser explicado pela necessidade de mudança trazida pela crise de 2008 e exemplificado por diversos aplicativos que corroboram essa propensão.               Segundo Thomas Friedman, ganhador do prêmio Pulitzer e colunista do New York Times, o mundo atingiu, em 2008, seu ápice mercadológico, em que a humanidade percebeu que o modelo capitalista vigente não era mais viável. A partir disso, a sociedade, abalada pela crise econômica mundial, se empenhou na criação de soluções que abrandassem o cenário da época. Nesse ínterim, a tecnologia foi de suma importância, atuando como grande coadjutora do processo e possibilitando o desenvolvimento de ferramentas, como a economia colaborativa, que dinamizam o consumo e criam alternativas para o, até então, iminente declínio do capital.         Em decorrência disso, o sucesso de alguns desses instrumentos também comprova a popularização de tal tendência. O AirBnB, por exemplo, aplicativo que possibilita o encontro entre viajantes e moradores locais dispostos a alugar acomodações em suas próprias casas, é uma forte evidência da disseminação da economia compartilhada. Outrossim, o Waze, com sua nova função de localizar caronas para pessoas que vão para o mesmo lugar, é outra medida que exemplifica a dinamização do consumo e a preocupação com o meio ambiente, além de representar menor gasto financeiro para os usuários. Nessa perspectiva, é importante salientar que, juntas, essas duas aplicações já têm valor de mercado superior à 30 bilhões de dólares e mais de 100 milhões de adeptos ao redor do mundo.              Diante dessa conjuntura, fica explícito que a economia compartilhada é uma tendência forte para o futuro. Entretanto, é necessário que se tome medidas para que tais mecanismos possam funcionar eficientemente. Dessa forma, a sociedade deve agir, conjuntamente, em prol da conscientização da importância da preservação dos meios naturais e da contenção do desperdício e do consumismo, para que o sistema capitalista se torne autossustentável e inofensivo à natureza. Ademais, o governo deve legitimar os aplicativos por meio da criação de leis que incentivem a ação desses mecanismos e acabem com a relativização e a subjetividade com que esses dispositivos são tratados em diferentes estados do Brasil.